Após cerca de seis horas de reunião, encerradas na madrugada desta quinta-feira 4, a comissão da Câmara que analisa a reforma da Previdência rejeitou cinco requerimentos de adiamento da votação do relatório apresentado pelo deputado Samuel Moreira (PSDB-SP). A oposição tentou adiar a votação por até cinco sessões, mas o texto deve ser votado na manhã desta quinta.
Moreira leu, nesta quarta, a terceira versão de seu parecer. A alteração na idade mínima de policiais federais e rodoviários, anunciados pelos líderes no inicio da noite, não foi incluída.
O líder do Podemos, deputado José Nelto (Podemos-GO) havia dito que o acordo tinha sido firmado, para atender um pedido do presidente Jair Bolsonaro. Policiais se aposentariam aos 53 anos de idade e mulheres aos 52 anos de idade se cumprissem um pedágio de 100% do tempo que falta hoje para se aposentar. Os termos, porém, não constam no relatório. Com isso, a idade mínima para essa categoria deve continuar em 55 anos de idade para ambos os sexos.
“Eu fiz uma excelente proposta, não aceitaram. Agora vai para o voto”, lamentou Bolsonaro ser questionado sobre se teria feito alguma orientação sobre o assunto,
O texto de Moreira, no entanto, foi retificado em relação ao apresentado na véspera. O relator da reforma excluiu do texto a possibilidade de estados e municípios cobrarem contribuições extraordinárias de seus servidores no caso de sistemas previdenciários estaduais deficitários. A possibilidade dos entes aprovarem leis próprias com essas cobranças constava no voto complementar de ontem. “Foi restabelecida, apenas para a União, por meio de alterações no art. 149 da Constituição Federal, a possibilidade de cobrança de contribuições extraordinárias inserida no texto original da PEC e suprimida na versão anterior do substitutivo”, afirmou o relator, no novo texto publicado há pouco no site da Câmara dos Deputados.