Por Altamiro Silva Júnior
São Paulo – A Cielo, empresa que faz captura e credenciamento de lojistas para bandeiras de cartões, prevê gastar US$ 70 milhões para “tropicalizar” a plataforma tecnológica da companhia americana Merchant e-Solutions (MeS). O processo de implementação da tecnologia no Brasil deve demorar três anos, segundo o presidente da Cielo, Rômulo de Mello Dias, que participou nesta segunda-feira de teleconferência com a imprensa.
Hoje (02), a Cielo anunciou a compra da companhia americana, a Merchant e-Solutions (MeS), com sede no Vale do Silício, Califórnia, por US$ 670 milhões. A operação será paga com dinheiro do próprio caixa da credenciadora e antecipação de recebíveis. O processo de implementação da plataforma da MeS no Brasil começa no terceiro trimestre, logo após a conclusão da compra e será feito em fases.
Mello destacou que a aquisição vai permitir à Cielo alcançar um novo patamar tecnológico, podendo oferecer soluções diferenciadas aos lojistas, bancos e comércio eletrônico e também desenvolver novos produtos. Um dos destaques da plataforma da MeS é que ela permite a comunicação total com os lojistas pela internet.
Mesmo comprando uma empresa americana e passando a atuar no Vale do Silício, na Califórnia, Mello destaca que o foco principal de negócios da Cielo vai ser o Brasil. “A Cielo não vai tirar dinheiro do Brasil para fazer a MeS crescer. Ela é geradora de caixa”, destacou o executivo. A empresa teve receitas líquidas de US$ 124 milhões nos 12 meses encerrados em maio, crescimento de 24%.
A Merchant e-Solutions vai continuar operando nos Estados Unidos, controlada pela Cielo. Fundada em 2000 e com sede em Palo Alto, a MeS desenvolveu uma plataforma especificamente para o negócio de adquirência (credenciamento de lojistas para bandeira de cartões e captura de transações). A empresa americana processa atualmente mais de US$ 14 bilhões por ano em transações para cerca de 70 mil varejistas afiliados, em parceria com mais de 250 instituições financeiras, a maioria americanas.
A aquisição foi assessorada pelo Goldman Sachs, mas a Cielo vem há dois anos fazendo pesquisas próprias para encontrar no mundo uma plataforma com alta tecnologia. A credenciadora considerou também desenvolver uma plataforma do zero.