Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana
Continua após publicidade

Caminhoneiros e sindicatos ameaçam governo Bolsonaro com nova greve

Ministério da Infraestrutura receberá líderes nesta quinta-feira; categoria está dividida

Por Machado da Costa Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 25 nov 2019, 19h07 - Publicado em 25 nov 2019, 16h34
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Um dos maiores temores do governo Bolsonaro pode se materializar em breve. Os caminhoneiros voltaram a pressionar o Planalto com a ameaça de uma nova greve da categoria. Pior. Desta vez, a paralisação viria com o apoio de servidores públicos e de petroleiros, indicando uma convergência entre sindicatos petistas e alguns grupos de caminhoneiros. Não há consenso dentro da categoria, porém, de que esse é o melhor momento para interromper o fluxo nas estradas brasileiras.

    O Ministério da Infraestrutura receberá lideranças dos profissionais de transporte na quinta-feira, 28. O encontro será coordenado pela Frente Permanente dos Transportes, órgão subordinado ao ministro Tarcísio Gomes de Freitas. Para o encontro, esses líderes levarão as demandas dos caminhoneiros. A pressão será grande. O bom relacionamento com os caminhoneiros é determinante para que o governo debele um dos principais riscos associados à soltura do ex-presidente Lula: a radicalização das entidades de esquerda.

    “Recebo relatos de profissionais chorando. Estão quebrados. A greve está por um triz para acontecer”, disse a VEJA Aldacir Cadore, porta-voz de um grupo de autônomos do entorno de Brasília, mas que se diz contrário à paralisação. “Outros grupos, como a FUP (Federação Única dos Petroleiros) estão querendo que os caminhoneiros parem antes para aderir a uma greve geral. Estão usando os caminhoneiros como boi de piranha”, afirmou.

    Governador de São Paulo defendeu aprovação da reforma tributária em oposição à orientação de Bolsonaro
    Considerado melhor ministro do governo de Jair Bolsonaro, Tarcísio Gomes de Freitas (e), da Infraestrutura, precisará ter desempenho à altura para frear ímpeto dos grevistas (Evaristo Sa/AFP)

    As reivindicações não são muito diferentes das feitas anteriormente. O piso da tabela do frete calculada pela Escola de Agronomia da USP (Esalq), diz Cadore, está entre 25% e 30% abaixo do custo mínimo. Os empréstimos de 30 mil reais oferecidos pelo BNDES aos transportadores não chega aos autônomos, garante o líder caminhoneiro. Mesmo assim, ele diz, não é o momento para paralisações. Para outros líderes, o preço do diesel, sem o subsídio dado pelo ex-presidente Temer, voltou aos mesmos patamares observados à época da greve, na última semana de maio do ano passado, o que também é um problema.

    Continua após a publicidade

    Um dos motivos para se posicionar de forma contrária à paralisação está justamente na divisão política entre os profissionais. Cadore se diz de direita. Segundo ele, a maioria da categoria se identifica com esse espectro político. Contudo, os sindicatos, ligados à esquerda, estão procurando os trabalhadores para convencê-los a parar. “Os agitadores do movimento estão nos sindicatos. São eles que estão forçando a barra para iniciar uma greve para puxar outras categorias”, afirma.

    Walace Landin, o Chorão, outro líder dos caminhoneiros, prega responsabilidade. Segundo ele, “há claramente um movimento político”. Ele conta que, após a manifestação que parou o país em 2018, sindicatos que, até então, não representavam a categoria, agora querem protagonismo. Uma das frentes de trabalho dessas organizações é passar uma lei, por meio de um novo Marco Regulatório que está sendo discutido na Câmara, que obriga a homologação nos sindicatos de todos os contratos de trabalho dos caminhoneiros. “Querem acender o pavio, mas querem que outros assumam a greve”, diz.

    Uma paralisação no fim do primeiro ano de mandato do governo Bolsonaro seria uma catástrofe. Em 2018, a greve abortou o início de uma recuperação econômica. Dessa vez, o efeito poderia ser pior, uma vez que Jair Bolsonaro terá pelo menos mais três anos pela frente, enquanto que Temer estava já no fim de seu mandato. A expectativa dos agentes econômicos, como empresários e investidores, era que, como Bolsonaro estava respaldado pela maioria dos caminhoneiros, esse risco estaria descartado para o seu governo. Essa confiança seria jogada no lixo com uma greve.

    Alguns efeitos práticos já podem ser aventados. O primeiro seria a perda do parco crescimento econômico previsto para este ano — menos de 1%. O PIB pode estagnar ou até mesmo retrair a depender do tamanho da paralisação. O segundo seria o aumento da pressão inflacionária causada pela escassez de produtos nas grandes metrópoles. E, por fim, o ato serviria de palanque político para Lula. Tarcísio de Freitas, que constantemente é alçado à condição de melhor ministro da Esplanada, precisa ter um desempenho digno da posição para afastar de vez o risco de greve.

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Semana Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    Apenas 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

    a partir de 35,60/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.