A Buser, startup de fretamento e compartilhamento de ônibus executivos, recebeu aporte nesta segunda-feira, 7, liderado pelo grupo japonês SoftBank. O valor não foi divulgado, porém a Buser afirmou que deve investir 300 milhões de reais nos próximos 12 meses para a expansão do negócio. Além do SoftBank, a rodada foi acompanhada pelo Grupo Globo e pelos investidores atuais, Canary, Valor Capital Group e Monashees. Os investidores da Buser têm em seu portfólio outras startups, como 99, Rappi, Loggi, Gympass, Stone, Cargox, Uber e Quinto Andar.
Segundo Marcelo Abritta, cofundador da startup, a meta da empresa é alcançar 200 cidades em 20 estados nos próximos 12 meses, gerando 100 empregos diretos e 5.000 indiretos. “Com isso, será possível atingir a marca de 30 mil viajantes por dia, gerando economias anuais de 500 milhões de reais aos usuários”, disse. Hoje, a empresa tem quase 2 milhões de usuários cadastrados e informa transportar até 3.000 pessoas por dia.
A Buser, fundada em 2017 em Minas Gerais, traçou no final de 2018 plano para se expandir por todo o Sudeste neste ano e metas para entrada em outras regiões a partir de 2020. A companhia conecta passageiros a operadoras de ônibus e afirma que viagens reservadas por sua plataforma custam até 60% menos que passagens compradas em rodoviárias. A companhia cobra do operador do ônibus uma taxa que varia de zero a 20% do valor de cada viagem, dependendo do número de passageiros por veículo.
Paulo Passoni, sócio de investimentos do SoftBank responsável pela operação, destaca que “esse é o início de uma parceria de longo prazo entre Softbank e Buser”. O SoftBank lançou em março um fundo de investimento de 5 bilhões de dólares focado na América Latina e, desde então, tem injetado recursos em companhias como Rappi, QuintoAndar e Banco Inter.
Disputa judicial
Apesar dos aportes, a empresa vem sofrendo frequentes questionamentos judiciais sobre sua operação. Recentemente, a Justiça Federal do Paraná e de Santa Catarina proibiu o funcionamento do aplicativo, alegando a prática de transporte clandestino de passageiros. A empresa, no entanto, afirma que uma decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin, permite os novos investimentos e funcionamento da plataforma.
Em maio, Fachin negou um pedido da Associação Brasileira das Empresas de Transporte Terrestre de Passageiros (Abrati) sobre a suspensão do aplicativo. O STF ainda decidirá sobre a legalidade do Buser, mas ainda não há data para o julgamento. Em setembro, a Justiça do Rio de Janeiro autorizou o funcionamento do app no estado. Em São Paulo, também há decisão favorável à empresa.