O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira, 20, preferir que a cotação do dólar estivesse abaixo de 4 reais, mas ponderou que o comportamento da taxa de câmbio também está atrelado a fatores externos, como o embate de tarifas comerciais entre os Estados Unidos e a China. “Nós gostaríamos de um dólar abaixo de 4 reais”, disse na saída do Palácio da Alvorada. “Mas o mundo está todo conectado. Qualquer problema lá fora tem reflexo no mundo todo, não é só aqui, não”, disse.
O dólar atingiu recorde histórico nominal para um fechamento nesta semana após encerrar a segunda-feira acima de 4,20 reais, e analistas dizem que até o fim do ano qualquer ajuste de baixa tenderá a ser limitado. Mesmo com a correção na véspera, o dólar segue muito próximo da marca de 4,20 reais, patamar que para alguns analistas pode perdurar, devido à falta de perspectiva de relevante fluxo de recursos ao país até o fim do ano, num período sazonalmente já marcado por saída de moeda.
Na terça-feira, 19, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que parte da explicação para o movimento recente de valorização do dólar frente ao real tem relação com o resultado do leilão de excedente da cessão onerosa. Ressaltou, entretanto, que essa era apenas uma parte da explicação. “Parte é global, parte é pré-pagamento. Tem muito exportador que também está segurando, importador que está segurando”, disse o presidente do BC. “São várias explicações.”