O Banco Central Europeu (BCE) manteve sua taxa básica de juros para a região em 0,75% ao ano, a mínima histórica do bloco europeu, como previam analistas. A instituição espera para ver o andamento da inflação e da economia europeia antes de tomar decisões sobre corte nos custos dos empréstimos. A inflação na zona do euro ficou estável em 2,4% em julho, pouco acima da meta do BCE de perto mas abaixo de 2%.
A instituição europeia informou em Frankfurt (Alemanha) que também não alterou a taxa marginal de crédito, pela qual empresta dinheiro aos bancos durante um dia, em 1,5%, e a taxa de depósito, que remunera depósitos overnight em bancos centrais nacionais, em 0% – mínima que foi atingida pela primeira vez no mês passado para encorajar bancos a emprestar de um dia para o outro a outros bancos.
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Segundo analistas do Royal Bank of Scotland, a Alemanha não precisa de um corte das taxas de juros, pelo menos por enquanto, e uma redução da taxa de juros não salvará a Espanha. Na semana passada, Mário Draghi afirmou que o BCE fará tudo que for necessário para salvar o euro.
O BCE comprou até agora dívida soberana de países com dificuldades de financiamento no valor de 211,5 bilhões de euros. A entidade monetária europeia introduziu este programa de compra de bônus em maio de 2010 para ajudar a Grécia e o reativou em agosto do ano passado para ajudar Espanha e Itália, que estavam sendo fortemente penalizadas no mercado.
Mais medidas – Os mercados esperam que nesta quinta-feira, o presidente do BCE anuncie um plano de medidas para, de fato, salvar o euro. Ele já afirmou que o “euro é irreversível”, e pediu aos políticos dos países da zona da moeda única que apliquem “com determinação” as reformas estruturais.
O desemprego na eurozona bateu recorde em junho, ao marcar 11,2%, em consequência da crise na Espanha, onde o resultado é o dobro da média europeia, informou a agência de estatísticas europeia Eurostat. A zona do euro é formada por 17 países que adotam a unidade monetária comum. A taxa de 11,2% é a mesma de maio, depois de o Eurostat revisar para cima o dado para aquele mês, ante leitura anterior de 11,1%.
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(Com agência EFE)