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BC corta Selic e taxa cai para patamar histórico de 4,25% ao ano

Revisão de 0,25 ponto percentual foi a quinta consecutiva na taxa básica de juros; Comitê sinaliza que ajustes chegaram ao fim

Por Larissa Quintino Atualizado em 5 fev 2020, 18h44 - Publicado em 5 fev 2020, 18h21
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  • Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reduziu em 0,25 ponto percentual a Selic, a taxa básica de juros da economia brasileira. O corte anunciado nesta quarta-feira, 5, foi o quinto consecutivo e fez com que a Selic alcançasse o patamar de 4,25% ao ano, a nova mínima histórica.

    A Selic é usada como referência para todas as outras taxas de juros do mercado brasileiro e serve como instrumento de política monetária para controlar a inflação e estimular o consumo. Com a Selic alta, os juros tendem a ficar mais caros e desestimulam o consumidor a comprar. Já com a taxa baixa, o crédito pode ficar mais barato, estimulando compras e, assim, aquecendo a economia. A sequência de cortes para estimular a economia começou em julho do ano passado, após a taxa ficar estável em 6,5% ao ano durante 18 meses. 

    Na nota, entretanto, o Copom sinaliza que o ciclo de ajustes se encerra neste corte de 4,25% ao ano. “Considerando os efeitos defasados do ciclo de afrouxamento iniciado em julho de 2019, o Comitê vê como adequada a interrupção do processo de flexibilização monetária. O Comitê enfatiza que seus próximos passos continuarão dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação, com peso crescente para o ano-calendário de 2021.” 

    Sem que o Comitê desse uma diretriz para onde caminhar com a Selic após a última reunião, o mercado financeiro apostava em um novo corte na taxa de juros devido a ainda lenta retomada da economia em 2019. A aposta ficou ainda mais forte após a divulgação na terça-feira dos dados da indústria no ano passado: o setor apresentou queda de 1,1%, após dois anos de alta.

     

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    Entre os pontos analisados pelo Banco Central para sua decisão, está a inflação, calculada oficialmente pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Apesar de ter fechado o ano passado em 4,31%, acima da meta de 4,25% para o indicador, grande parte da pressão do fim do ano foi pelo preço da carne bovina, que já teve desaceleração, de acordo com a prévia da inflação. O mercado financeiro vem revisando para baixo as previsões do indicador, tanto que cortou pela quinta vez seguida no Boletim Focus a projeção. A aposta é que a inflação feche o ano em 3,4%, abaixo da meta de 4% definida pelo Conselho Monetário Nacional. No entanto, está dentro da margem de erro, que é de 1,5 ponto porcentual para baixo ou para cima (2,5% a 5,5%).

    Segundo o comunicado do Copom, é necessário perseverar o processo de reformas “para permitir a consolidação da queda da taxa de juros estrutural e para a recuperação sustentável da economia”. É esperado para esse ano a votação da reforma tributária. Além disso, o governo deve enviar ao Congresso ainda este mês o texto da reforma administrativa, que visa reduzir o tamanho do estado. 

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