Ao menos seis instituições já acertaram sua participação no novo empréstimo às distribuidoras de energia elétrica, que deve totalizar 6,5 bilhões de reais. Banco do Brasil, Caixa Econômica, Bradesco, Itaú, Santander e BTG Pactual teriam, contudo, reivindicado uma taxa maior de juros do que na primeira operação que levantou 11,2 bilhões de reais e foi financiada a 12,1% em 12 meses (1,9% de juros mais a variação do CDI). Segundo informações do jornal Folha de S. Paulo, outras duas instituições (provavelmente bancos menores) ainda devem fechar o apoio ao grupo nesta quarta-feira, possível data da divulgação do novo empréstimo.
O governo acredita que este será o último empréstimo ao setor, que sofre os custos altos da compra de energia no mercado à vista e do funcionamento das usinas térmicas. Como a equipe de Dilma Rousseff não quer que a conta extra das distribuidoras seja repassada neste ano aos consumidores via reajuste e revisão de tarifas, o Tesouro e os bancos estão ajudando as empresas a arcar com os custos em 2014.
Dos 6,5 bilhões de reais da segunda operação, 3 bilhões serão bancados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a taxas semelhantes às das outras instituições. BB e Caixa devem entrar com 1,5 bilhão de reais. A expectativa é que na reunião desta quarta-feira com os bancos a operação seja fechada. Os empréstimos serão pagos entre 2015 e 2017, à medida que as distribuidoras aumentem a conta de luz.
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A conta a ser paga até sexta-feira, referente aos gastos de junho, ainda não foi fechada, mas deve ficar em torno de 327 milhões de reais, segundo o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Romeu Rufino, disse na terça-feira. Na semana passada a Aneel prorrogou o prazo para o pagamento pelas distribuidoras da energia comprada em maio, que totalizou 1,3 bilhão de reais. Esse prazo originalmente acabava no início de julho, mas foi adiado para o dia 31 de julho na expectativa de que o acordo com os bancos fosse fechado. Como isso não ocorreu, a Aneel adiou novamente a data, agora para 28 de agosto.
A Aneel não quer postergar o prazo do desembolso de junho para não passar um sinal “muito ruim” para o mercado. Investidores, sobretudo estrangeiros, questionam as empresas sobre os rumos do setor, cada vez mais imprevisível e dependente de aportes emergenciais.