O Banco Central alterou na terça-feira a alíquota sobre os depósitos compulsórios e liberou cerca de 6,5 bilhões de reais dos bancos para empréstimos. A regra diz respeito ao dinheiro que as instituições financeiras são obrigadas a manter no BC. Com a medida, o órgão público também anulou outra mudança sobre esses depósitos, que entraria em vigor neste mês. Na prática, o efeito é de quase 20,5 bilhões a mais para empréstimos.
A medida serve de estímulo ao crédito em um momento em que o setor busca recuperação. Apesar da alta de 0,1% no saldo de outubro frente a setembro, o volume de operações caiu 1,4% no acumulado de 12 meses, a 3,052 trilhões de reais, segundo os últimos dados do Banco Central.
De acordo com o BC, antes de janeiro de 2017 existiam várias deduções de compulsório ligadas a programas específicos, como o Programa de Sustentação do Investimento (PSI). Naquele mês, o valor para as deduções estava em 28 bilhões de reais. Foi então que a Circular nº 3.823 determinou que esse valor seria reduzido em 50% em dezembro deste ano, em mais 30% em dezembro de 2018 e seria zerado em dezembro de 2019.
A redução de 50% das deduções em dezembro de 2017 significaria, portanto, que 14 bilhões de reais em compulsórios voltariam para o BC agora. No entanto, a circular de hoje, conforme a instituição, neutraliza este efeito e ainda libera mais 6,5 bilhões de reais em compulsórios.
Deste total de 6,5 bilhões de reais, 882 milhões de reais serão liberados para as instituições financeiras no dia 26 de dezembro. Os demais 5,618 bilhões de reais serão liberados no dia 2 de janeiro.
(Com Estadão Conteúdo)