O corte de juros na economia dos Estados Unidos não é uma tendência consolidada, de acordo com a ata da última reunião do Federal Reserve (Fed, banco central americano), divulgada nesta quarta-feira, 21. No encontro, em 31 de julho, houve o corte da taxa em 0,25 ponto percentual.
No documento, os membros da autoridade americana afirmam que o corte de juros não deve ser visto como uma indicação de que há um “curso pré-estabelecido” para uma sequência de reduções de taxa. O Fed enxerga esse movimento como um “ajuste de meio do ciclo”. “Os participantes no geral foram a favor de uma abordagem na qual a política monetária será guiada pelas informações recebidas (…) e que evitasse qualquer sinal de que seguir um curso predefinido”, de acordo com a ata.
O corte de 0,25 ponto percentual anunciado no fim de julho foi justificado por uma ampla preocupação entre as autoridades sobre a desaceleração da economia global, tensões comercias e inflação fraca, mostra a ata. Ainda segundo o documento, alguns participantes do comitê queriam que o corte fosse mais agressivo, de 0,5 ponto percentual. A taxa básica de juros no país está no intervalo entre 2% e 2,25% ao ano. Anteriormente, o intervalo era de 2,25% a 2,5%.
Pressão
Nesta quarta, antes da divulgação da ata do Fed, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a pressionar a entidade e o comandante do banco, Jerome Powell, a reduzir a taxa de juros, afirmando que suas políticas monetárias dificultam o crescimento dos EUA e reduzem a capacidade do país de competir economicamente. “Está indo muito bem com a China e outros acordos comerciais. O único problema que temos é Jay Powell e o Fed. Ele é como um jogador de golfe que não consegue jogar, não tem talento. Grande crescimento dos EUA se ele fizer a coisa certa, UM CORTE GRANDE – mas não conte com ele!”, escreveu Trump no Twitter.
Os comentários de Trump, que criticou repetidas vezes a política monetária do Fed, tentam minimizar as preocupações de que a guerra comercial entre os EUA e a China possa pesar sobre a economia americana e desencadear uma possível recessão antes da eleição presidencial de novembro de 2020.
(Com Reuters)