“Se os EUA não têm mais vocação para serem a moeda de reserva internacional, talvez deva haver um recuo do dólar e um avanço de outras moedas, de modo que possamos fazer as internacionais sem sermos refém do dólar”
PublicidadeGuido Mantega, ministro da Fazenda
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O ministro da Fazenda, Guido Mantega, defendeu nesta quarta-feira, em Seul, na Coreia do Sul, uma reforma no sistema financeiro mundial, com substituição do dólar por uma cesta de moedas como base do sistema de reservas internacional. A ousada proposta foi feita às vésperas da reunião de cúpula do G20. O objetivo de Mantega, segundo afirmou o ministro, é “diminuir a importância do dólar nas transações internacionais”.
“Talvez tenhamos que sair desse sistema monotemático ou de monomoeda”, afirmou o ministro. “Se os EUA não têm mais vocação para serem a moeda de reserva internacional, talvez deva haver um recuo do dólar e um avanço de outras moedas, de modo que possamos fazer as internacionais sem sermos refém do dólar”, defendeu. A cesta de moedas defendida por Mantega já existe e é formada pelo dólar, pelo euro, pelo iene japonês e pela libra esterlina britânica. O chamado DES (Direitos Especiais de Saque) é utilizado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). O ministro quer que sejam incluídos nessa cesta o real brasileiro e o yuan chinês.
“Assim como aconteceu na passagem das barras de ouro para o dólar, defendo a criação de um mix de moedas para a criação das reservas dos países “, afirmou Mantega. O ministro está em Seul para participar de reunião do G20, o grupo que congrega as maiores economias do mundo e os principais emergentes. A presidente eleita, Dilma Rousseff, também já está na Coreia do Sul para participar do encontro. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chega a Seul nesta quinta-feira. A cúpula do G20 terá início na noite de quinta, com um jantar oferecido pelo governo da Coreia do Sul.
Mantega ainda não sabe se Lula incluirá a proposta em sua apresentação na cúpula.