O mercado acionário tem passado por um período bastante desafiador com a enorme volatilidade gerada pela guerra no Leste Europeu e pela adoção de políticas contracionistas com a elevação dos juros para controlar a inflação, fenômeno que atinge o mundo após a hecatombe gerada pela pandemia.
A Bolsa Brasileira, B3, teve um bom momento no início do ano com a alta das commodities e dos juros, mas a festa durou pouco. A elevação dos juros nas principais economias do mundo, como Estados Unidos, adiciona agora mais instabilidade para o mercado de capitais, em especial para os emergentes como o Brasil. O efeito disso são desvalorizações superiores a mais de 60% em ações populares e recorrentes na carteira dos investidores.
Um levantamento realizado pela Nord Research, casa de análise independente, compilou as dez principais quedas do mercado de ações nos últimos meses. “São dez empresas brasileiras muito conhecidas pelo público e pelos investidores, mas que têm uma coisa em comum: quedas da ordem de 70%, 80%, 90%”, diz o relatório. São elas: Via, Inter, Méliuz, Oi, Natura, Magazine Luiza, BRF, Cogna, IRB Brasil e Nubank.
Das dez empresas na lista das maiores quedas, para oito delas a recomendação da casa é ficar de fora do papel, ou seja, vender a posição. A casa manteve a recomendação de compra apenas para Inter e Oi. “À medida que as quedas se intensificam, a necessidade de ganho passa a ser extremamente improvável. Uma ação que cai -90% precisa de um ganho de +900% só para voltar ao preço inicial”, diz a Nord em relatório.
Via Varejo
Em 2021, as ações da varejista caíram 67%. No acumulado do ano até 16 de maio, as ações caem mais 51%.
Inter
As ações foram uma das que mais sofreram na bolsa com a mudança de humor do mercado e acumulam uma queda de 84% desde a máxima alcançada em julho de 2021.
Méliuz
A empresa de cashback foi de uma valorização de 300% no IPO para uma a queda de 87% desde o pico.
Oi
Até o dia 11 de maio de 2022, as ações acumulam uma queda de 68%. Em 12 meses, as ações da Oi recuaram 59%.
Natura
Os papéis da Natura acumulam perdas de mais de 67%, desde janeiro de 2021.
Magazine Luiza
A queda acumulada das ações do Magalu é de 83%, desde julho de 2021.
BRF
Ações acumulam queda de mais de 60% nos últimos dois anos.
Cogna
Ações acumulam queda de 39% em 12 meses e uma derrocada de 80% desde janeiro de 2020.
IBR
De janeiro de 2020 a maio de 2022, os papéis da companhia acumulam uma queda de mais de 90%. Só nos últimos 12 meses, as ações caíram 59%.
Nubank
Desde o IPO, as ações do banco digital acumulam queda de 60% por cento e a maré de azar está longe de acabar.