O dólar abriu em queda nesta sexta-feira, após o Banco Central ter anunciado, na noite de quinta-feira, uma ofensiva de 100 bilhões de dólares até o fim do ano para conter a oscilação cambial. Às 14h, a moeda americana operava em queda de 2,6%, cotada a 2,36 reais.
O BC já ofertou cerca de 40 bilhões de dólares no mercado de câmbio até agosto, com leilões de contratos de swap cambial (que é a venda de dólares no mercado futuro) e leilões de linha, que consiste na venda de moeda no mercado à vista com compromisso de compra pré-determinado. O BC prevê que poderá ofertar mais 60 bilhões de dólares até o final do ano usando esses dois mecanismos.
A autoridade anunciou, inclusive, um cronograma diário de intervenção: de segunda a quinta-feira, serão ofertados 500 milhões de dólares em leilões diários de swap cambial tradicional e, às sextas-feiras, leilões de linha de até 1 bilhão de dólares.
Na quinta-feira, a moeda norte-americana caiu 0,78% e fechou cotada a 2,432 reais para a venda. Na semana, o dólar tem alta acumulada de 1,5% e, no mês, de 6,55%. No ano a alta é de 18,94%.
O anúncio do BC significa, para o mercado, que a autoridade monetária não deixará que a moeda americana se mantenha num patamar muito acima de 2,30 reais. Esse teto era o número que o mercado buscava e não encontrava nas declarações oficiais do BC, tampouco em sua estratégia cambial executada nas últimas semanas.
Muitos economistas criticaram o BC justamente pela falta de estratégia em acalmar os investidores num momento em que todas as moedas dos países emergentes oscilavam fortemente diante das incertezas criadas pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano).
Em sua última ata, a autoridade monetária dos Estados Unidos não deu qualquer evidência de que retirará, em breve, os estímulos econômicos que vêm sendo feitos desde a crise financeira. O posicionamento mais recente do Fed contradiz as declarações de muitos de seus membros, nos últimos meses, de que a política de estímulos está prestes a ser reduzida. As contradições fizeram com que o mercado de câmbio fosse penalizado. No Brasil, o dólar se valorizou 2,39%, a 2,45 reais, no dia da divulgação da ata.