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ANÁLISE-Aumento da gasolina não favorece setor de etanol do país

Por Reese Ewing SÃO PAULO, 25 Jun (Reuters) – A indústria de etanol do Brasil não encontrará alívio rápido para a crise do setor após a decisão da Petrobras de elevar o preço da gasolina nas refinarias a partir desta segunda-feira, com a intenção de reduzir os prejuízos da estatal com a venda de combustíveis. […]

Por Da Redação
25 jun 2012, 20h10
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  • Por Reese Ewing

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    SÃO PAULO, 25 Jun (Reuters) – A indústria de etanol do Brasil não encontrará alívio rápido para a crise do setor após a decisão da Petrobras de elevar o preço da gasolina nas refinarias a partir desta segunda-feira, com a intenção de reduzir os prejuízos da estatal com a venda de combustíveis.

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    Mesmo com os 7,83 por cento de aumento na gasolina nas refinarias realizado pela Petrobras, o derivado do petróleo continua sendo mais vantajoso do que o etanol para os motoristas de todo o país, exceto em três Estados.

    A região produtora do centro-sul continuará favorecendo a produção de açúcar. Com os preços futuros a 18 centavos de dólar por libra-peso, a commodity segue acima dos custos de produção e oferece melhores margens do que o etanol para as usinas.

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    Desta forma, a Petrobras deverá continuar importando gasolina do Golfo do México e da região do Mar Negro, embora o seu segmento de distribuição tenha registrado prejuízos no ano encerrado em março.

    E o Brasil também deve continuar importando etanol anidro à base de milho dos EUA, que segundo os operadores é mais barato para importar do que a gasolina. A mistura do etanol anidro à gasolina está em 20 por cento.

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    “Isso não só não ajuda o setor do etanol, como é muito negativo”, disse Tarcilo Rodrigues, diretor executivo da agência de fomento de energia de biomassa Bioagência. “O governo está usando o mercado de combustíveis para conduzir sua agenda macroeconômica, à custa da indústria do etanol, infelizmente.”

    Apesar dos enormes prejuízos da Petrobras com a distribuição de combustíveis, o governo ignorou sucessivos pedidos da empresa para reajustar a gasolina ao longo do último ano, por temer seu impacto na inflação ao consumidor.

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    Desde que a produção de etanol começou a perder fôlego em 2010 e depois recuou na última temporada, a Petrobras tem sido obrigada a importar crescentes volumes de gasolina para abastecer a frota automobilística brasileira em rápida expansão.

    Sem a retomada dos investimentos em capacidade nas usinas, que foram paralisados, a demanda por gasolina tende a crescer ainda mais, e a Petrobras só tem condições de ampliar a capacidade das suas refinarias a partir de 2017, excluindo qualquer atraso.

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    “A opção de aumentar os preços da gasolina na refinaria e ao mesmo tempo contê-los nas bombas não ajudará a dar clareza à política do governo para os combustíveis ou para novos investimentos no setor”, disse Julio Borges, sócio-diretor da consultoria Job Economia.

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    O etanol poderia ter se beneficiado deste aumento da gasolina, mas o governo decidiu reduzir a zero a alíquota da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) que incide na venda de gasolina.

    “Toda empresa deveria ter esse acordo: poder aumentar seus preços para elevar o faturamento, mas preservar seus consumidores, porque eles não têm de pagar mais”, disse Rodrigues, da Bioagência.

    O etanol disputa mercado com a gasolina, cujo preço na bomba está praticamente inalterado desde pelo menos 2006, ao passo que os custos para a produção do etanol dispararam. Analistas estimam que a gasolina precisaria ter alta de 9 a 15 por cento no preço final para que o etanol se tornasse suficientemente atrativo a ponto de estimular a retomada dos investimentos.

    (Reportagem adicional de Leila Coimbra e Jeb Blount)

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