Os governos da França e da Alemanha estão discutindo uma mudança na estrutura corporativa da EADS, controladora da Airbus. A ideia é que, ao final das negociações, cada país fique com 12% da fabricante de aviões, disseram várias pessoas familiarizadas com o assunto.
As conversas, reveladas pelo jornal alemão Handelsblatt, visam rearranjar uma complexa rede de acionistas que ficaram sob os holofotes após o colapso da proposta de fusão entre a EADS e a inglesa BAE Systems.
O controle da EADS, fundada em 2000, é dividido entre a fabricante de automóveis Daimler, que representa os interesses da Alemanha, com 22,5% de direito a voto, e um consórcio francês, que combina 15% do governo e 7,5% da empresa de mídia francesa Lagardere. A Espanha controla outros 5,5%.
As mudanças em discussão dissolveriam o acordo de acionistas da EADS pelo menos em sua forma atual. Tanto a Daimler quanto a Lagardere disseram que querem vender ou reduzir suas participações. O governo alemão quer alcançar paridade com a França, comprando ações controladas pela Daimler. Tradicionalmente, a França opõe-se a reduzir sua participação.
Sob o compromisso que agora se discute, a parcela da França cairia para 12% e a Alemanha compraria 12% do bloco da Daimler, disseram as fontes, que pediram para não ser identificadas. Como resultado, as participações dos estados, incluindo a da Espanha, ficariam logo abaixo do limiar de 30%, evitando assim uma nacionalização confusa e indesejada. A EADS não comentou as informações.
(com Reuters)
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