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A corrida contra o relógio para iluminar a Índia em mil dias

Do total prometido, de 18.500 povoados, governo indiano conseguiu “tirar da escuridão” 8.960, de acordo com Ministério da Energia

Por Da redação
22 jul 2016, 09h37
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  • O governo da Índia corre contra o tempo para concluir o enorme projeto de levar luz elétrica em mil dias aos povoados mais afastados, cerca de 18,5 mil, que permaneciam na “escuridão” em pleno século XXI, com o objetivo de atender aos anseios de modernidade do primeiro-ministro, Narendra Modi.

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    “Nos próximos mil dias a rede elétrica será instalada em 18,5 mil povoados, nos comprometemos a cumprir isso”, garantiu Modi em discurso pela celebração do Dia da Independência no dia 15 de agosto de 2015.

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    Quase um ano depois, e com a data limite de 1º de maio de 2018 ainda a certa distância, o governo indiano conseguiu “tirar da escuridão” 8.960 povoados, de acordo com os últimos dados apresentados na última segunda-feira pelo Ministério de Energia. Um dos contemplados é o vilarejo de Anandpur, no estado nortista de Uttar Pradesh.

    Com cerca de 20 casas de adobe e tijolo cercadas por um pântano e campos de cultivo, essa humilde localidade parecia condenada a permanecer presa em outro século até a chegada de funcionários do governo no fim de maio. Cinco dias depois, chegou a luz.

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    “Quando a eletricidade chegou pela primeira vez, os aldeões ficaram muito felizes, pulando e gritando de alegria”, lembrou um dos funcionários do governo, que pediu anonimato por não estar autorizado a falar com a imprensa.

    Uma das famílias que agora usufruem de cabos e postes de luz em meio aos caminhos de terra da região é formada pelo casal Munesh e Mamta Chauhan e seus cinco filhos.

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    Para eles, os benefícios desta nova vida com eletricidade parecem infinitos: ventiladores para combater o sufocante calor, a possibilidade de ligar uma televisão, poder cozinhar durante a noite, recarregar o celular sem ter de ir ao povoado mais próximo – a quilômetros de distância – e trabalhar após o pôr do sol.

    “Somos pobres e sobrevivemos com o pouco que temos. Antes passávamos muitas dificuldades, era tudo escuridão, mas desde que temos eletricidade tudo melhorou”, explicou Mamta, de 35 anos.

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    O marido, Munesh, que ao longo de seus 50 anos nunca teve eletricidade em casa, comentou que a luz artificial também permite ter mais controle sobre os búfalos e vacas que cria, para que não sejam roubados mordidos por alguma serpente durante a noite, “o que poderia acabar em morte”.

    O otimismo de Munesh se mantém alto até mesmo quando comenta que o fornecimento de energia não é total, ao dispor de apenas seis horas de luz por dia, sendo três delas quando o sol já se pôs, o que é sempre “melhor do que nada”.

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    A possibilidade de ter de 24 horas de fornecimento é uma miragem inclusive nas grandes cidades indianas, com a lembrança ainda recente do blecaute generalizado em julho de 2012, quando metade do país ficou às escuras, o que levou Modi a investir no aumento das fontes de produção, com foco em energias renováveis como a eólica e a solar.

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    No caso da falta de fornecimento em pequenos povoados, um alto cargo do Ministério de Energia indiano, que também pediu anonimato, detalhou que isso se deve a diversas razões, como “cortes de luz ou problemas de conexão” nessas áreas.

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    No entanto, a fonte ressaltou que nesses casos o maior desafio não é manter o fornecimento, e sim os problemas de financiamento para instalar o cabo elétrico “em áreas afastadas e com poucas casas, o que dá muito pouco lucro em comparação com o investimento feito”.

    O Ministério de Energia também já divulgou vários comunicados a respeito das dificuldades de acesso a regiões dominadas por diferentes grupos guerrilheiros no leste e no norte do país, embora o funcionário da pasta tenha minimizado o problema.

    “A insurgência local não é um grande problema, o mundo inteiro precisa de eletricidade”, concluiu.

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    (Com agência EFE)

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