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Transição de gênero de Thammy começou com corte de cabelo, revela livro

Em um dos capítulos do livro de memórias 'Thammy: Nadando Contra a Corrente', autora Marcia Zanelatto dá detalhes sobre o momento

Por Da Redação
Atualizado em 29 jan 2021, 10h45 - Publicado em 31 ago 2015, 19h27
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  • A transição de gênero de Thammy Miranda foi gradual, como conta a escritora Marcia Zanelatto no livro Thammy: Nadando Contra a Corrente (Editora BestSeller, 210 páginas, 25 reais), que será lançado em 7 de setembro, durante a Bienal do Livro do Rio de Janeiro. Em um dos trechos, ela narra como Thammy decidiu cortar seus longos e belos cabelos, uma herança de sua mãe, a dançarina Gretchen.

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    A resolução, a primeira de muitas que levariam à transição definitiva de gênero, foi bastante influenciada por Manuela, uma namorada que via “a masculinidade de Thammy”. Elas haviam se conhecido durante um show de Thammy em São Paulo e se relacionaram intensamente, passando a morar juntas após poucos encontros.

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    Leia o trecho em que Thammy corta os cabelos:

    Thammy e Manuela voltaram ao Brasil ainda mais apaixonadas. Com ela, Thammy começou a se sentir cada vez mais homem. Manuela percebia a masculinidade de Thammy e a valorizava como nenhuma outra mulher jamais tinha feito. Não se tratava apenas das roupas e dos gestos. Manuela sentia sua alma masculina, e era com ela que se relacionava.

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    Manuela lhe deu a mão e Thammy resolveu fazer a primeira travessia entre as identidades masculina e feminina. Uma coisa simples, mas muito significativa: cortar o cabelo.

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    Não era qualquer cabelo. Ele sustentou sua persona pública, seu lugar de sex symbol, durante anos. Preto, longo, liso, brilhoso, de fios grossos e macios. (…) Ela detestava aquele cabelo, que julgava excessivo, mas era ele que garantia o pão na sua mesa. Era sua carteira de trabalho. Quem contrataria uma dançarina com um corte joãozinho? (…)

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    Já havia pensado em cortar antes, mas as namoradas anteriores não deram força, ambas pelo mesmo motivo: não seria bom para os negócios. Elas sabiam que, se fizesse isso, Thammy entraria em apuros com sua carreira. Manuela, porém, não tinha limites. E, junto com ela, Thammy, que não era muito diferente, pegava fogo.

    Ela se sentou na cadeira da decisão, empunhou a tesoura da liberdade e cortou. Bem curto e de uma vez por todas.

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    Thammy curtiu lavar o cabelo curto e depois ficou horas no espelho, testando penteados, passando gel, tirando gel, fazendo diferentes combinações de roupa e cabelo. Felicidade pura. Estava feliz por simplesmente se reconhecer no espelho – alegria tão cotidiana para as pessoas que nem chega a ser alegria.

    De cabelo curto e alma lavada, Thammy foi buscar Manuela no trabalho. Quando Thammy tirou o boné, Manuela a beijou e disse:

    – Ficou lindo, meu amor!

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    Era o sonho da liberdade de identidade começando a se concretizar. Com o cabelo, tombaram no chão, com o peso de um prédio de quinze andares, os abomináveis rituais femininos de beleza. Se adornar para se ofertar ao macho? Ela? Todos nós queremos o direito e o prazer de nos vestirmos para sermos e de sermos para vestirmos. Por que não para ela, que se percebia ele? Com o cabelo caíram o vestido, a saia, os saltos altos, os brincos, o batom, o esmalte e o sutiã. Principalmente, caiu a imagem de um ser que Thammy nunca foi. E, de quebra, para seu máximo alívio, o assédio dos homens. Agora, esse lugar era dela. Ou melhor, dele. Porque era nessa direção que Thammy estava indo. Só que ainda não tinha certeza.

    (Da redação)

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