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Toronto: Gabriel Mascaro prova talento com ‘Boi Neon’, premiado em Veneza

O jovem diretor pernambucano apresentou seu segundo longa de ficção no Festival de Toronto, depois de ser premiado em Veneza

Por Mariane Morisawa, de Toronto
20 set 2015, 10h31
Cena do filme 'Boi Neon'
Cena do filme ‘Boi Neon’ (VEJA)

A sensualidade está muito presente, e o diretor filma cenas de sexo com uma habilidade rara

O pernambucano Gabriel Mascaro é um dos jovens talentos do cinema brasileiro. Nascido em 1983, ele já lançou vários longas, alternando documentários como Doméstica (2012) e ficções como Ventos de Agosto (2014). Boi Neon, que levou o prêmio especial do júri da seção Horizontes no Festival de Veneza e foi exibido no 40º Festival de Toronto, só confirma que é um cineasta para acompanhar de perto.

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O olhar de documentarista de certa forma está presente no segundo longa de ficção de Mascaro, que se passa no universo das vaquejadas, com homens montados em cavalos derrubando bois pelo rabo. Uma trupe que cuida dos bichos e vive na estrada atrás do próximo evento é formada por Galega (Maeve Jinkings), mãe de Cacá (Alyne Santana), Iremar (Juliano Cazarré) e o engraçado Zé (Carlos Pessoa). A câmera acompanha os personagens muitas vezes de longe, evitando os closes. De vez em quando, há uma quebra no naturalismo com cenas intrigantes, como uma dançarina vestida com cabeça e cascos de cavalo. Os paralelos entre homens e animais são constantes, mas não óbvios.

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Tirando a relação de Galega e Cacá, as outras são mais ambíguas. E assim ficam até quase o final. A dinâmica do grupo é alterada com a substituição de Zé por Junior (Vinicius de Oliveira, que não é mais o menino de Central do Brasil), com sua longa cabeleira semelhante a uma crina de cavalo. A sensualidade está muito presente, e o diretor filma cenas de sexo com uma habilidade rara.

Com roteiro econômico nos diálogos, escrito por Marcelo Gomes, Cesar Turim e Daniel Bandeira, Boi Neon subverte as noções sobre a masculinidade e a feminilidade, em um meio em que há uma visão do que significa ser macho. Iremar cuida dos bois, mas também costura os figurinos dignos de Beyoncé para os números de dança de Galega. Ela, por sua vez, dirige o caminhão e é dona das ferramentas.

Masculinidade, feminilidade, machismo e feminismo são assuntos mais do que em voga, como ficou provado num recente debate com a cineasta Anna Muylaert, de Que Horas Ela Volta?, na cidade natal de Mascaro, o Recife, em que ela foi impedida de falar por dois diretores amigos, Claudio Assis e Lírio Ferreira. Mas o filme não joga nada na cara do espectador. Essa sutileza na abordagem dos temas e calma na construção dos personagens, combinada com o apuro visual, demonstram como, aos 31 anos, Gabriel Mascaro já pode ser considerado um cineasta maduro.

https://youtube.com/watch?v=zQ-mjeM8BmM

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https://www.youtube.com/embed/eTJ1qS7KOm4
‘Demolition’

Jake Gyllenhaal continua em sua cruzada para mostrar que é mais do que um rosto bonito. Depois de emagrecer assustadoramente para fazer O Abutre e ficar absurdamente forte para Nocaute, agora ele interpreta um bem-sucedido banqueiro que lida de uma maneira curiosa com a perda de sua mulher num acidente neste longa de Jean-Marc Vallée (Clube de Compras Dallas). 

https://www.youtube.com/embed/rAhut-kbmhU
‘Freeheld’

Diretor do simpático Nick & Norah – Uma Noite de Amor e Música, Peter Sollett agora conta a história real da policial Laurel Hester (Julianne Moore), que em 2005 entrou na justiça para que sua companheira, a mecânica Stacie Andree (Ellen Page), recebesse pensão após a sua morte, depois de ser diagnosticada com câncer em fase terminal. 

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https://www.youtube.com/embed/BLZo_ILZhfk
‘Our Brand is Crisis’

No filme de David Gordon Green, Sandra Bullock é “Calamity” Jane Bodine, uma estrategista de campanhas políticas que sai da aposentadoria para trabalhar para o candidato à presidência da Bolívia Castillo (Joaquim de Almeida). Tudo com um único objetivo: bater seu rival Pat Candy (Billy Bob Thornton), favorito para ganhar as eleições. 

https://www.youtube.com/embed/2S8HVoWm9ec
‘About Ray’

O filme da inglesa Gaby Dellal fala de um assunto em voga: a questão do gênero e da sexualidade. Ray (Elle Fanning) sempre achou que era um menino, embora tenha nascido menina. Adolescente, insiste em fazer a transição, o que causa preocupação em sua mãe, Maggie (Naomi Watts), e sua avó, Dolly (Susan Sarandon), que é lésbica.  

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https://www.youtube.com/embed/uPCyjqGH914
‘The Dressmaker’

Baseado no romance de Rosalie Ham, o filme de Jocelyn Moorhouse traz Kate Winslet no papel de Tilly Dunnage, que deixou sua pequena cidade natal na Austrália depois de ser acusada de um crime quando era criança. Ela retorna como modista, depois de anos em Paris, causando furor na conservadora Dungatar com sua moda e modos progressistas. 

https://www.youtube.com/embed/Pi4k4cvuLAU
‘Trumbo’

Bryan Cranston, o Walter White da série Breaking Bad, interpreta o roteirista Dalton Trumbo neste longa de Jay Roach. Membro do Partido Comunista, ele entrou na lista negra depois de se recusar a dar informações ao Comitê de Atividades Anti-Americanas. Durante o período, ganhou dois Oscar sob pseudônimos (por Arenas Sangrentas e A Princesa e o Plebeu). Mais tarde, escreveu os roteiros de Spartacus e Exodus

Cate Blanchett e Robert Redford no filme 'Truth'
Cate Blanchett e Robert Redford no filme ‘Truth’ (VEJA)

Imagem de divulgação do filme 'Where to Invade Next', de Michael Moore
Imagem de divulgação do filme ‘Where to Invade Next’, de Michael Moore (VEJA)

Mariana Ximenes e Jason Priestley no filme 'Zoom', de Pedro Morelli, selecionado para o Festival de Toronto
Mariana Ximenes e Jason Priestley no filme ‘Zoom’, de Pedro Morelli, selecionado para o Festival de Toronto (VEJA)

Tom Hiddleston no filme 'I Saw the Light'
Tom Hiddleston no filme ‘I Saw the Light’ (VEJA)

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