Tim Burton escolhe Paris para expor desenhos e bonecos
Mais de 500 figuras, criadas na infância ou quando teve seus primeiros contatos com os estúdios Walt Disney -- que recusaram a maioria das suas obras -- serão mostrados ao público a partir de quarta-feira
O cineasta americano Tim Burton, dos fantásticos O Estranho Mundo de Jack e Edward, Mãos de Tesoura, escolheu Paris como a sede europeia de uma exposição de desenhos, bonecos, maquetes e figurinos seus.
“Eu me sinto bem-vindo na França, é um país que aprecia o cinema: e, mesmo quando não gostam de meus filmes, falam muito bem”, disse o diretor nesta segunda-feira à imprensa, poucas horas antes da vernissage da exposição, que fica em cartaz na Cinemateca francesa até 5 de agosto.
Embora more em Londres com a atriz inglesa Helena Bonham Carter, e os dois filhos do casal, Tim Burton prefere evitar a capital britânica. “Os jornalistas são horríveis comigo e eu não quero que as minhas crianças escutem até que ponto sou um artista insuportável.”
A exposição, que é acompanhada de uma retrospectiva do diretor, cujo próximo filme, Dark Shadows, estreia em maio, foi inicialmente exposto no Museu de Arte Moderna, o MoMa de Nova York antes de viajar para Melbourne, Toronto e Los Angeles.
Mais de 500 desenhos, criados na infância ou quando teve seus primeiros contatos com os estúdios Walt Disney — que recusaram a maioria das suas obras — serão mostrados ao público a partir de quarta-feira.
A exposição parisiense apresentará uma série exclusiva de desenhos feitos em guardanapos principalmente do Ritz, seu palácio preferido, prova que o artista não larga nunca o seu lápis.
“O desenho é uma boa maneira de ocupar as mãos e se manter ocupado, evitando uma depressão profunda”, disse o autor. “O mais importante de cada dia é guardar um pouco de tempo para sonhar e criar.”
Para o menino de Burbank, Califórnia, um dos imensos subúrbios residenciais que ele apresenta como um deserto cultural, à margem da história, que, no entanto, abriga os estúdios da Disney e Warner, o museu foi uma descoberta tardia.
“Eu não tinha nenhuma cultura de museu, entrei em meu primeiro museu aos 18 anos”, disse, manifestando a sua “gratidão” aos comissários do MoMa que foram os primeiros a pendurar seus desenhos.
(Com agência France-Presse)