Spotify acata pedido de Adele e retira botão de ordem aleatória em ’30’
Quarto disco da artista britânica foi lançado nesta semana e vem batendo marcas impressionantes na plataforma de streaming
A cantora britânica Adele vive grande fase. Seu recém-lançado álbum, 30, ocupa o topo das paradas musicais desde seu lançamento e neste domingo, 21, provocou uma mudança no sistema do Spotify. A plataforma de streaming de música acatou um pedido feito pela estrela e removeu o botão “shuffle”, que permitia ouvir as faixas de seus álbuns de modo aleatório.
“Este foi o único pedido que eu fiz na nossa indústria em constante mudança! Não criamos álbuns com tanto cuidado e reflexão sobre nossa lista de faixas sem motivo. Nossa arte conta uma história e nossas histórias devem ser ouvidas como pretendíamos. Obrigada por ouvir, Spotify”, celebrou Adele no Twitter. A medida vale apenas para os álbuns da artista britânica.
This was the only request I had in our ever changing industry! We don’t create albums with so much care and thought into our track listing for no reason. Our art tells a story and our stories should be listened to as we intended. Thank you Spotify for listening 🍷♥️ https://t.co/XWlykhqxAy
— Adele (@Adele) November 21, 2021
Como mostrou reportagem de VEJA desta semana, o novo álbum de Adelle chega após um hiato de seis anos sob grande expectativa. Em 30 — título que dá continuidade aos nomes dos álbuns anteriores, batizados, respectivamente, de 19, 21 e 25, cada um representativo da idade que ela tinha quando compôs as músicas —, ela expurga especialmente dores de um divórcio.
A julgar pelos resultados dos primeiros dias, a força de Adele continua impressionante. O single Easy on Me se tornou a música de maior reprodução diária no lançamento, com 19,7 milhões de execuções no Spotify, e o álbum acumulou 60 milhões de streams no Spotify. Além disso, todas as 12 faixas de 30 ocuparam o Top 25 da plataforma nas primeiras 24 horas. É um sinal forte de que a cantora de 33 anos tem potencial para continuar sendo um furacão de categoria 5 na indústria. Seu calcanhar de aquiles, ironicamente, é a repetição da mesma fórmula que a alçou ao sucesso.
Uma das maiores representantes do filão da dor de cotovelo, Adele volta a entoar no novo disco baladas tocantes, sobre amor e separação, com o vozeirão hipnotizante. A diferença é que, desta vez, a cantora faz uma autocrítica e olha mais para si do que para os homens que lhe fizeram sofrer. Quando completou 30 anos, em 2018, a cantora se separou de Simon Konkecki, pai de seu filho, Angelo, de 9 anos. “Os outros discos eram sobre o que fizeram comigo: ‘Você fez isso’, ‘Você fez aquilo’. Então, pensei: ‘Droga, eu estou sempre nessa situação, então talvez o problema seja eu’”, disse.
O novo álbum continua com o selo Adele de qualidade: emocionante e arrebatador. Porém não oferece nenhuma faixa com a força dos hits do passado Hello, Someone Like You ou Rolling in the Deep. Boa parte das músicas é orquestrada e sua sonoridade remete às trilhas sonoras de filmes dos anos 60. Nas letras, a maturidade dá as caras. Se nos discos anteriores ela se ressentia do fim de um namoro, agora ela sacode a poeira e dá a volta por cima.
Easy on Me, aliás, é a única das doze faixas a mencionar o divórcio. As demais passeiam por temas inéditos ou raros para ela, como a maternidade e até uma noitada com as amigas. Na ótima I Drink Wine, Adele percebe que buscar a aprovação alheia é inútil. Já a emotiva My Little Love é um forte desabafo sobre as inseguranças de ser mãe. A melancolia típica da cantora está presente, mas a sensação que fica é a de superação. Em All Nights Parking Out, sai o chororô pelo ex e entra a felicidade da solteirice, quando ela canta que almeja voltar logo para casa e passar a noite em claro com o novo crush. A fila andou para Adele, o que ajuda as engrenagens do sucesso a continuar rodando em ritmo acelerado nesta nova fase da artista.