O Rock in Rio e seu novo sócio, o empresário Eike Batista, têm em comum o desejo de ser o número um do mundo. Em ambos os casos, a palavara de ordem é conquistar novos mercados. O bilionário aventura-se num novo ramo, o do entretenimento, com a sua IMX, que adquiriu 50% do festival. Ao mesmo tempo, a sociedade fortalece o Rock in Rio para avançar e entrar em novos países. O site de VEJA apurou que um dos alvos mais adiantados é a Alemanha, que já vem sendo estudada há algum tempo pelo time do empresário Roberto Medina.
Esta semana, o Rock in Rio mandou um recado bem humorado à chanceler alemã Angela Merkel, a xerife da crise europeia. Foi no slogan de uma campanha de venda de ingressos para a edição de Madri com desconto de 50% para desempregados, condição de um em cada quatro espanhóis.
“Desculpe sra. Merkel, mas agora é hora de rock n’roll”, diz o texto, num espécie de pedido de licença para festejar em meio à dura crise na Europa.
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Em entrevista coletiva, nesta sexta-feira, Medina disse que ainda não há nada certo. Ele reconhece que, para entrar em um novo país, precisa de apoio do governo.
“Já comecei a estudar um país novo na Europa (Alemanha) e o mercado americano. Mas isso requer um tempo de maturação. Não tem nada certo ainda. Como tenho que desenhar a Cidade do Rock, antes de implantarmos o Rock in Rio, temos que ter uma relação com o governo local. Mas por que interessa aos governos? Porque tem uma exposição daquela cidade no mundo inteiro, oportunidade de emprego e um impacto econômico muito grande”, explicou o empresário.
Nos próximos cinco anos, o Rock in Rio investirá 350 milhões de reais nas edições já previstas do festival, que acontecerão no Brasil, Argentina, Portugal e Espanha. Também serão destinados recursos para o desenvolvimento de novos produtos ligados à marca, nos segmentos de quadrinhos e moda.
O grande objetivo, no entanto, é mesmo ingressar nos Estados Unidos e na China, para transformar o festival numa plataforma global, de alto interesse para patrocinadores. No entanto, são operações complicadas, que devem demorar a se concretizarem. Nesse sentido, a parceria com Eike Batista veio para ajudar a acelerar o processo de expansão internacional. A IMX, de Eike, tem braços nos EUA, o que facilitaria o ingresso no mercado americano.
“A ideia é expandir para o mercado americano e asiático. Claro que os EUA são um foco que eu tenho. Mas, como lá o processo de comunicação é muito complexo, temos que estudar melhor. Hoje, o Rock in Rio domina muito bem a comunicação europeia e latino americana”, disse Medina.