O salão de negócios do Fashion Rio, o Rio-à-Porter, que chegou ao fim na última sexta-feira (dia 13/01) tem motivos para comemorar. Com investimento de 15 milhões de reais, Fashion Rio e Rio-à-Porter bateram a previsão de aumento nas vendas, que foi de 10%, em relação à edição de inverno passada. A plataforma de negócios, que aconteceu na Casa Firjan da Indústria Criativa (o antigo palacete Linneo de Paula Machado, em Botafogo), reuniu 108 expositores, atraindo compradores nacionais (São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Paraná, entre outras regiões) e internacionais (Rússia, França, Reino Unido, Barein, Japão e República Dominicana).
A estratégia de aumentar a segmentação de produtos e promover uma seleção de expositores por meio de uma curadoria, além de um maior corpo-a-corpo com os compradores, contribuiu para os bons resultados, segundo a organização. “O papel de um grande evento de moda como o Fashion Rio é fomentar o mercado. Acho que cumprimos bem esse papel. O Rio-à-Porter esteve alinhado com a plataforma de moda e mostrou a possibilidade de trabalharmos o design em variadas vertentes. Isso resultou não só no fechamento de negócios, mas também na valorização da moda produzida no Rio”, diz Graça Cabral, diretora de parcerias estratégicas da Luminosidade.
Com uma balança comercial desfavorável – A Abit divulga nesta terça (17) que 2011 deverá fechar com déficit recorde na balança comercial, de 5,2 bilhões de dólares -, Aguinaldo Diniz Filho, presidente da entidade, um dos parceiros do evento carioca, aproveita para apontar uma solução para um dos problemas do setor: o custo Brasil. “Certamente, as empresas reunidas no salão mostraram um design que supera a questão do custo Brasil mais facilmente. É a prova que inovar é o caminho, que se acompanhado de medidas incentivadoras do governo, alavancará mais negócios ainda”, resume.
Destaques – A Maria Bonita Extra, uma das poucas marcas que manteve o bom nível de suas coleções nesta edição do Fashion Rio, de modo geral de coleções pobres, fechou novos clientes no interior de São Paulo e Minas Gerais, alavancando em cerca de 60% suas vendas. Já a sempre original e festiva grife Alessa vai exportar suas peças para Nova York.
A 2nd Floor e a Salinas (grifes da InBrands, holding que tem em seu portfólio o próprio Fashion Rio), que desfilaram no Píer Mauá, contabilizaram vendas com 22 e 25 novos clientes, respectivamente, nesta edição de inverno. Por sua vez, a Ágatha, que também desfilou sua coleção no line up do FR, fechou negócios com 20 novos clientes de Bahia, Goiás, São Paulo, Minas Gerais e Paraná. A Ausländer, por sua vez, dobrou as vendas em relação à última edição.
As grifes que montaram seus showrooms no Rio-à-Porter registraram também aumento nas vendas. A sofisticada Wasabi que mostrou uma coleção sofisticada com a pegada carioca de sua criadora, a estilista Ana Wambier, dobrou as vendas em relação à última edição do salão. O grupo Natural Cotton Color, da Paraíba, vendeu um terço de sua bonita e ecologicamente correta produção mensal logo no primeiro dia de evento, conquistando o dobro de vendas realizadas na última edição. A marca abriu frentes em Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Chile. Já o Pólo Sul Fluminense bateu 20% a mais nas vendas e vai exportar para a França. E os negócios do polo de São Gonçalo foram 66% superiores em relação ao último inverno.