Condenado por abuso sexual há 33 anos nos Estados Unidos, o cineasta Roman Polanski resolveu, enfim, se pronunciar e disse que o processo de extradição contra ele é baseado em “uma mentira”.
“Decidi quebrar o silêncio e me comunicar diretamente com vocês, sem intermediários e com todas as palavras. As autoridades querem me servir numa badeja para a imprensa mundial”, anunciou, por escrito, em texto distribuído pelo filósofo e amigo Bernard-Henri Levy.
Em setembro, Polanski foi preso na Suíça e corre o risco de ser extraditado para os Estados Unidos, onde foi condenado por fazer sexo com uma garota de 13 anos em 1977. Passou 42 dias preso sob avaliação psicológica e fugiu para o exterior depois da sentença. Foi preso em setembro do ano passado, ao desembarcar na Suíça para um festival. Depois, foi transferido para a prisão domiciliar em seu chalé no Alpes, onde aguarda a tramitação do processo.
No mês passado, um juiz rejeitou um pedido dos advogados dele para que fosse condenado à revelia. As autoridades suíças esperavam essa decisão antes de se manifestarem sobre a extradição. Na semana passada, advogados de Polanski pediram aos EUA a liberação de documentos que supostamente influiriam na decisão, mas o Departamento Federal de Justiça da Suíça disse que esses documentos seriam irrelevantes.
(Com The New York Times e agência Reuters)