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‘Outubro’ de Eisenstein ganha nova vida no Festival de Berlim

Após “Metropolis” de Fritz Lang, em 2010, o Festival de Berlim dá nova vida a um outro monumento do cinema, “Outubro”, de Sergueï Eisenstein, um afresco sobre a Revolução Russa, censurado quase desde seu lançamento na então União Soviética. A figura de Lênin, interpretada por um ator cheio de mimetismo, aparece aí pela primeira vez […]

Por Por Eloi ROUYER
10 fev 2012, 16h10
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  • Após “Metropolis” de Fritz Lang, em 2010, o Festival de Berlim dá nova vida a um outro monumento do cinema, “Outubro”, de Sergueï Eisenstein, um afresco sobre a Revolução Russa, censurado quase desde seu lançamento na então União Soviética.

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    A figura de Lênin, interpretada por um ator cheio de mimetismo, aparece aí pela primeira vez no cinema, e suas famosas cenas de multidão são utilizadas com frequência nas aulas de história para contar a revolução bolchevique.

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    “Outubro”, realizado em 1927-1928 para marcar o décimo aniversário da revolução, é uma das obras maiores e um dos raros filmes totalmente concluídos pelo cineasta russo.

    Verdadeira superprodução, o filme, rodado após o “Encouraçado Potemkin” apresenta como figurantes milhares de verdadeiros operários, soldados e marinheiros de Petrograd dando a algumas cenas, como a tomada do Palácio de Inverno, um aspecto de quase documentário.

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    O Exército Vermelho também está presente: o cruzador Aurora que, no dia 25 de outubro de 1917, deu o sinal da insurreição, aparece em algumas cenas do filme.

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    Projetado pela primeira vez no dia 14 de março de 1928 no Teatro Bolshoï, esta obra-prima que tinha como vocação servir a causa da União Soviética foi, no entanto, proibida de ser divulgada nas telas do país depois que a “primeira conferência do Partido sobre o cinema” (15-21 de março de 1928) reprovou o “formalismo” do filme.

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    A presença do personagem de Leon Trotski em algumas passagens, num momento em que o ex-chefe do Soviet de Petrogrado acabava de perder a luta pelo poder para Stalin, representou também uma terrível desvantagem para Eisenstein.

    Assim, até os anos 60, o filme permaneceu sob sete chaves e o negativo original foi perdido.

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    Na seção retrospectiva, da edição de 2012, a equipe do Festival de Berlim escolheu dar destaque aos vínculos entre os cinemas russo e alemão, principalmente através de um estúdio de cinema germano-soviético dos anos 20, Mejrabpom.

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    E “Outubro” também é considerado emblemático das ligações entre os cinemas dos dois países. A primeira verdadeira representação do filme com sua trilha musical completa aconteceu em Berlim, em 1928, com a composição de autoria de Edmund Meisel, um maestro alemão que já havia escrito a partitura de “Potemkin”.

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    O ritmo rápido e a construção melódica desejados por Meisel estavam de acordo com a montagem entrecortada de Eisenstein que escolheu pontuar sua recitação cronológica dos dias de outubro com evocações simbolistas, voltadas para esclarecer o espectador sobre o sentido da revolução.

    Na noite desta sexta-feira, a ‘Berlinale’ apresenta, então, “Outubro”, a partir de uma cópia totalmente restaurada e com a música de Meisel, “reconstruída” pelo compositor contemporâneo Bernd Thewes e interpretada pela orquestra sinfônica da rádio de Berlim.

    Com efeito, apenas os elementos da versão para piano da música original existiam ainda, nos arquivos cinematográficos russos.

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    “Graças à música de Meisel e a ajuda de Bernd, o que ouvimos hoje torna o filme ainda mais magnífico e penso que Eisenstein ficaria realmente muito feliz”, considerou Naum Klejman, diretor do Museu de Cinema de Moscou e estudioso do cineasta.

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