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O cineasta Andrzej Wajda faz reviver o combate de Lech Walesa

Cenas de confrontos nas ruas de Gdansk, com os tanques avançando sobre os manifestantes que atiram coquetéis Molotov nas milícias: o cineasta polonês Andrzej Wajda, 85 anos, está filmando na cidade um longa-metragem sobre Lech Walesa, o líder histórico do Solidariedade, o sindicato que contribuiu para mudar a face do mundo. “Faço o papel de […]

Por Por Maja CZARNECKA
25 jan 2012, 14h24
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  • Cenas de confrontos nas ruas de Gdansk, com os tanques avançando sobre os manifestantes que atiram coquetéis Molotov nas milícias: o cineasta polonês Andrzej Wajda, 85 anos, está filmando na cidade um longa-metragem sobre Lech Walesa, o líder histórico do Solidariedade, o sindicato que contribuiu para mudar a face do mundo.

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    “Faço o papel de uma moradora de Gdansk que foge da milícia e dos comandos ZOMO (tropa de choque) que atiram na multidão”, diz Anna Warmiak, uma figurante entre os 200 contratados para o filme.

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    O jovem Walesa é interpretado pelo ator Robert Wieckiewicz, 45 anos, que intervém num dos confrontos.

    Saído dos estaleiros Lênin, onde trabalhava como eletricista, o futuro prêmio Nobel da Paz, viu, assim, pela primeira vez, os civis serem mortos, durante a revolta operária de dezembro de 1970.

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    “Ele tirou uma boa lição disso. O nascimento do Solidariedade, em 1980, é a prova, mas optando por métodos pacíficos.

    “Tentamos recriar ao máximo a realidade da época”, comenta para a AFP Andrzej Wajda no local da rodagem.

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    Nada é deixado ao acaso. Os uniformes da milícia são originais, assim como os tanques, os jeeps de produção soviética e a viatura da milícia, um modelo Warszawa, joia da indústria automobilísca communista. E, naturalmente, o famoso bigode de Walesa não foi esquecido.

    O maquiador Waldemar Pokromski zela pelos mínimos detalhes: “confeccionamos cinco bigodes para Lech Walesa, um para cada período de sua vida, porque o filme abrange vinte anos”, explica à AFP, mostrando o número 1, a ser usado pelo Walesa jovem.

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    O roteiro, do escritor Janusz Glowacki, mostra o líder operário carismático durante as grandes greves do ‘Solidarnosc’, em 1980, os anos sombrios de sua detenção, após o golpe de Estado do general Wojciech Jaruzelski, até a vitória de seu sindicato e a queda do comunismo na Polônia, em 1989.

    O filme conta os acontecimentos até novembro de 1989, concluindo com o célebre discurso de Walesa no Congresso americano e suas palavras célebres, pronunciadas em polonês “My, Narod” (We, the People – Nós, o Povo). Wajda não se detém no período mais controverso, quando ele foi chefe de Estado.

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    Documentários da época são juntados às sequências rodadas com os atores e representam 10% do filme”, explica o produtor Michal Kwiecinski. “O rosto do verdadeiro Walesa será substituído nesses documentários pelo do ator Wieckiewcz”.

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    Wajda já dedicou um de seus filmes ao Solidariedade. Seu “Homem de ferro”, que seguiu ao “Homem de Mármore” (1977) obteve a Palma de Ouro no festival de Cannes de 1981. O verdadeiro Walesa apareceu aí, brevemente, em seu próprio papel, ao contrário desta nova produção.

    “Para os jovens, é importante que possam conhecer uma versão dos fatos contados por alguém que participou deles, que foi testemunha e que se relacionou com toda essa gente”, disse Wajda, ele próprio ligado a Walesa, qualificando o filme de “o mais difícil de sua carreira”.

    E espera, com confiança, lançar o filme em outubro.

    Com um orçamento de 4 milhões de euros, a produção é cofinanciada pelo Instituto nacional Cinematográfico polonês e pela TP, uma filial da companhia telefônica francesa Orange, e o Canal+ de televisão da França.

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