Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Continua após publicidade

Movimentos contra o racismo impulsionam livros sobre o tema no Brasil

Cresce a procura por títulos assinados por autores negros e sobre preconceito racial, como mostra a tradicional lista de Livros Mais Vendidos da VEJA

Por Tamara Nassif Atualizado em 20 ago 2020, 12h43 - Publicado em 12 jun 2020, 11h10
  • Seguir materia Seguindo materia
  • O assassinato de George Floyd em Minneapolis gerou reações em cadeia. Manifestações antirracistas tomaram as ruas mundo afora, artistas e influencers assumiram posições contundentes, quadrados pretos em sequência inundaram o feed do Instagram pelo #blackouttuesday. Outro reflexo foi o aumento da busca por livros que falam sobre preconceito racial, crescimento revelado pela profusão de títulos sobre o tema, boa parte assinados por autores negros, na lista de Livros Mais Vendidos da Veja dessa semana.

    ASSINE VEJA

    Os desafios dos estados que começam a flexibilizar a quarentena
    Os desafios dos estados que começam a flexibilizar a quarentena O início da reabertura em grandes cidades brasileiras, os embates dentro do Centrão e a corrida pela vacina contra o coronavírus. Leia nesta edição. ()
    Clique e Assine

    O mais emblemático é o de título já sugestivo: Pequeno Manual Antirracista (Companhia das Letras), da escritora e ativista brasileira Djamila Ribeiro. Com mais de 10.000 cópias vendidas na última semana, o guia traz dez apontamentos capitulados para entender as origens do racismo, as formas de combatê-lo e a atualidade de temas como negritude, privilégio branco e violência racial. A autora também emplacou outros dois títulos na categoria não-ficção: Quem Tem Medo do Feminismo Negro? (Companhia das Letras) e Lugar de Fala (Pólen Livros), lado a lado com o ensaio Racismo Estrutural (Pólen Livros), do advogado e escritor Silvio Almeida, e do best-seller Escravidão (Globo Livros), de Laurentino Gomes. Em um conjunto de três volumes, o escritor e jornalista traça a história do mercado escravocrata e conta como o racismo é um aspecto estrutural da sociedade. O primeiro volume, lançado em 2019, foca no continente africano e em como o tráfico negreiro foi basilar na colonização europeia nas Américas. O segundo e o terceiro, ainda não lançados, vão reconstruir, respectivamente, o emprego de mão de obra escrava em minas de ouro e diamante no Brasil, e o movimento abolicionista.

    Angela Davis, septuagenária e ícone do ativismo negro americano, não fica para trás. Também em não-ficção, a célebre militante assina Mulheres, Raça e Classe e Educação e Libertação (ambos da editora Boitempo). Em uma coletiva de imprensa para jornalistas do Brasil, parte de um evento protagonizado por ela no ano passado em São Paulo, a autora disse ter ficado “extremamente impressionada com a profundidade do trabalho realizado no Brasil. Para muitos de nós, ativistas americanos, o Brasil era um uma esperança, até que vieram as eleições, e nós prometemos não pronunciar o nome de quem foi eleito. Porque na tradição das religiões africanas nomear é atribuir energia de poder”. Na ocasião, ela não citou os presidentes Jair Bolsonaro e Donald Trump nominalmente.

    Continua após a publicidade

    Na categoria de ficção, subiu em vendas o romance O Sol É Para Todos (Record), de Harper Lee, clássico da literatura americana, que acompanha a desigualdade racial nos Estados Unidos pós-escravagista sob os olhos de uma família branca. Olhos D’Água (Pallas), da brasileira Conceição Evaristo, também se destaca: nele, a autora engendra histórias intensas, por vezes brutais, de mulheres negras como ela. Ao todo, são quinze contos que refletem sobre pobreza, miséria, desigualdade e dilemas sobre a vida, o amor e a ancestralidade africana. As veteranas ganham a companhia da jovem autora nigeriana pop Chimamanda Ngozi Adichie, com o ótimo livro Americanah (Companhia das Letras). Na obra com pinceladas autobiográficas, ela reflete sobre os pré-conceitos que os americanos possuem sobre os africanos quando a protagonista nigeriana se muda para os Estados Unidos e por lá fica 15 anos — ao retornar ao país de origem, porém, sua identidade e hábitos mesclados são temas de reflexão e estranhamento.

     

     

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

    a partir de 39,96/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.