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Lovelace, Sasha Grey e a trajetória do prazer no cinema

Quarenta anos depois do lançamento de ‘Garganta Profunda’, divisor de águas do cinema adulto, estreia a cinebiografia de sua estrela, Linda Lovelace, personagem controversa que, entre abusos e desmandos de seu marido e empresário, tornou-se a maior estrela pornô de todos os tempos. Nem Sasha Grey, com 268 filmes a mais e uma postura muito mais bem resolvida, a superou

Por Meire Kusumoto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 16 set 2013, 08h34
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  • Em junho de 1972, chegava aos cinemas dos Estados Unidos o filme Garganta Profunda, com uma sinopse absurda, uma atriz desconhecida e um orçamento baixo, de apenas 25 000 dólares. Em alguns anos, o enredo – sobre uma mulher cujo clitoris se encontra na garganta – se tornaria conhecido por quase todos os americanos, a atriz se converteria na maior estrela da história da indústria pornô e a arrecadação do longa alcançaria a expressiva marca de 600 milhões de dólares. Nesta sexta-feira, entrou em cartaz no Brasil Lovelace, filme que conta a história de Linda Lovelace, a protagonista de Garganta Profunda, e também a carreira do longa que seria o precursor da era de ouro do chamado cinema adulto.

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    Linda Lovelace, protagonista do pornô Garganta Profunda
    Linda Lovelace, protagonista do pornô Garganta Profunda (VEJA)

    O contraponto Sasha Grey – Caso muito diverso, e por isso mesmo de destaque entre esses, é o da jovem estrela Sasha Grey, que esteve no Brasil no mês passado para divulgar seu primeiro romance – erótico, é claro, não vá esperar da moça um tratado sobre o Marquês de Sade -, Juliette Society (tradução de Bruna Axt Portella, Leya, 236 páginas, 34,90). Ao contrário de Linda, que entrou na indústria pornográfica empurrada (literalmente) pelo marido, Sasha – 270 filmes adultos rodados em apenas três anos, entre 2006 e 2009 – tomou a iniciativa sozinha. Morena, de seios e derrière de proporções pequenas, ela não se enquadrava no padrão pornográfico, aliás única semelhança sua com Linda, considerada um tipo comum demais para fazer filmes adultos nos anos 1970, até provar sua aptidão para aquilo que tornou célebre Monica Lewinsky. Mesmo assim, foi com a cara e a coragem – e algumas coisinhas mais – que Sasha, aos 18 anos, iniciou uma agressiva investida sobre as produtoras adultas.

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    Junto com uma foto ou um vídeo em que aparecia nua, ela mandava também uma espécie de manifesto com a sua visão da indústria. E aquela que entendia como a sua missão. “A maioria dos pornôs que vejo é entediante e não me excita física ou visualmente. Estou determinada e preparada para ser um bem de consumo que satisfaça as fantasias de todos”, anunciava. Durante a sua passagem pelo Brasil, Sasha explicou do que sentia falta nos filmes pornôs. “Sentia que algo mais psicológico poderia ser levado para aqueles filmes, porque eles são muito repetitivos. Eu queria entrar na indústria para mudar esses formatos e também os estereótipos das mulheres em filmes pornôs, para encorajar homens e mulheres a não ter vergonha de quem são, sexualmente falando”, disse a atriz ao site de VEJA.

    Nos filmes em que aparecia, ela deixava claro que não tinha limites quando o assunto era sexo. Em cenas mais radicais, escatológicas até, ela chega a lamber latrinas e a vomitar no companheiro de cena ao fazer o que levou Linda Lovelace ao sucesso. “Sasha era muito dominante, confiante, não se fazia de vítima, parecia realmente gostar do trabalho. Ela é uma mulher moderna em termos sexuais”, disse Jon Milward, pesquisador britânico que investigou o perfil de 10.000 atores pornôs.

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    Pornô brasileirinho

    1. A indústria pornográfica brasileira apresenta panorama diferente da americana. Não porque os atores pornôs nacionais sejam celebridades festejadas, mas porque os filmes adultos do país, produzidos durante os anos 1980 de forma amadora na chamada Boca do Lixo, no centro da capital paulista, estão agora mais profissionais.

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      É o que aponta Clayton Nunes, fundador da produtora Brasileirinhas, a maior em atividade no mercado nacional. Segundo ele, a empresa já chegou a fazer doze filmes por mês e a vender 150 000 DVDs, número que recuou nos últimos anos para quatro produções e venda de cerca de 55 000 cópias. Ele explica que a comercialização de DVDs caiu no país, assim como no resto do mundo, por causa da internet, que ele tentou transformar em aliada. O site Brasileirinhas.com.br tem 7.000 assinantes 4 milhões de acessos por mês.

      “Para driblar a pirataria, resolvemos inovar e investimos em um reality show ao vivo pela internet. Duas participantes ficam confinadas em uma casa cheia de câmeras durante uma semana e os espectadores escolhem quem deve participar do nosso próximo filme. O apresentador Kid Bengala é o nosso Pedro Bial”, explica, com humor, o criador da produtora que levou ex- atores da Globo como Leila Lopes e Alexandre Frota ao pornô.

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