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Justiça suspende publicação de livro sobre Suzane von Richthofen

A juíza afirma que a obra traz dados sigilosos do processo penal perturbando à integridade física e moral. A editora nega e diz que vai recorrer da decisão

Por Eduardo F. Filho Atualizado em 21 nov 2019, 20h44 - Publicado em 21 nov 2019, 18h14
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  • O livro de Suzane von Richthofen ainda não saiu da gráfica, mas seus imbróglios judiciais já dariam uma boa história a parte. Suzane- Assassina e Manipuladora está com o lançamento previsto para janeiro pela editora Matrix, porém, a Justiça na tarde desta quinta-feira, 21 determinou, por meio de uma liminar, a suspensão da publicação, divulgação e comercialização da obra literária.

    A juíza Sueli Zeraik de Oliveira Armani, da comarca de São José dos Campos, entendeu que a obra, por levantar dados sigilosos dos autos do processo de execução penal de Suzane, perturba o resguardo do direito e a imagem da detenta e que, segundo a constituição Federal, ela tem direito ao respeito à integridade física e moral.

    Segundo Suzane, o jornalista e escritor Ulisses Campbell, que assina a autoria do livro, “jamais teve contato ou forneceu ao mesmo qualquer tipo de entrevista ou informação” e afirma que foi “perseguida e insistentemente assediada por ele”.  Campbell nega e diz que “teve alguns encontros e conversas” com a assassina confessa dos pais.

    Procurada pela reportagem, a Matrix afirmou que irá recorrer da decisão da Justiça. “Considero isso uma censura prévia. Respeito e entendo a decisão da juíza. Tenho certeza que ela faz um excelente trabalho ao tentar proteger a integridade dos detentos. Mas o livro não traz nenhuma informação sigilosa dos autos do processo de execução penal”, afirmou Paulo Tadeu, proprietário da Matrix Editora.

    O advogado do autor Ullisses Campbell, Alexandre Fidalgo, disse que também recorrerá da liminar na próxima semana. “Essa decisão é censura prévia clássica. Impedir a publicação de um livro, que nem está editado, sob o argumento errático de que o personagem não é uma figura de interesse público é um erro sério. E fosse qualquer justificativa, não tem amparo jurídico. Esse é um fato jornalístico e Campbell fez um trabalho sério”, afirmou.

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    Entenda o caso

    No início de novembro, Suzane entrou com uma ação na justiça para tentar barrar a publicação do livro sobre ela. Na época, o livro seria lançado pela editora Contexto e se chamaria Suzane – Crime e Punição. Nos autos do processo, a advogada de Suzane afirma que ela “não autorizou o referido livro” e que ”o repudia veemente”.

    A editora Contexto, então desistiu de publicar o livro. Por meio de nota, a editora explicou que “após estudar a conjuntura do mercado editorial decidiu pela não publicação do livro” sobre uma das presas mais famosas do Brasil. O comunicado termina autorizando o autor do livro, o jornalista Ulisses Campbell, a publicar a obra “como e onde desejar”.

    Poucas horas depois, a editora Matrix decidiu seguir com o processo editorial da obra que vai narrar a trama de como se deu o assassinato de Manfred e Marísia von Richthofen, planejado pela filha e executado pelos irmãos Daniel e Cristian Cravinhos, em 2002.

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    Além do livro, um dos crimes que mais chocou o Brasil será tema de dois filmes, com versões diferentes para a história. A Menina que Matou os Pais, terá a atriz Carla Diaz no papel de Suzane e vai narrar os acontecimentos desde o primeiro encontro entre os assassinos, em 1999, até a condenação do trio em 2006, na versão da própria Suzane.

    O outro longa, previsto para estrear simultaneamente, se chamará O Menino que Matou Meus Pais e terá a perspectiva de Daniel Cravinhos, interpretado pelo ator Leonardo Bittencourt.

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