(Tradução Maria Luiza X. de A. Borges, Zahar, 256 páginas, 49,90 reais impresso, 39,90 reais e-book) Entre os tempos áureos, nos anos 1950, e a boa leva atual de seriados, a televisão americana passou por um profundo limbo, em que era considerada uma arte inferior e um campo de reciclagem para títulos que não conseguiam um lugar ao sol entre os filmes de Hollywood. A virada começou entre os anos 1980 e 90, quando cineastas como David Lynch e seu intrigante Twin Peaks deram as caras para mostrar que uma narrativa longa era um ótimo espaço para o desenvolvimento de uma boa história. O apogeu aconteceu a partir dos anos 2000. Desde então, obras de arte foram expostas na TV, como Breaking Bad, Mad Men, Família Soprano, e também no recente fenômeno de streaming, caso de House of Cards, da Netflix. Para além de bons atores e produções milionárias, as séries televisivas ganharam destaque com o respaldo de um time bem treinado e criativo de roteiristas. É o que mostra a escritora e professora Christina Kallas no livro Na Sala de Roteiristas. Na obra, ela apresenta entrevistas com diversos showrunners de séries famosas como as citadas acima, além de fazer um balanço da história da televisão e das dificuldades de se criar uma estrutura narrativa dividida em episódios.