Três das obras mais importantes do filósofo alemão Friedrich Nietzsche (1844-1900) estão reunidas no box Grandes Obras de Nietzsche (Nova Fronteira, 608 páginas, 99,90 reais), que chega agora às livrarias. Assim Falava Zaratustra (tradução de José Mendes de Souza), provavelmente o livro mais conhecido, apresenta as bases do pensamento de Nietzsche, explorando os conceitos de super-homem, transmutação de valores, vontade de poder e eterno retorno.
O Anticristo (tradução de David Jardim Júnior), como o nome adianta, é um ataque ao cristianismo. Nietzsche não ataca a figura de Cristo ou de Deus, mas sim a religião cristã que, para ele, distorce a realidade e precisa ser combatida. Em um dos capítulos, o filósofo põe à prova da razão os escritos sagrados, atribuindo as falas não a Jesus Cristo, mas sim a padres e pastores cristãos. “’Não julgueis para que não sejais julgados, porque com o juízo com que julgardes sereis julgados,’ (Mateus 7,1) — Que noção de justiça, de um juiz ‘justo’!…”, comenta o alemão em um trecho.
O terceiro livro do box, Ecce Homo (tradução de Lourival de Queiroz Henkel), é a autobiografia de Nietzsche, escrita poucos antes de ele perder sua lucidez ao sofrer um surto de loucura, em 1889. O filósofo faz uma análise de seu próprio trabalho: “A última coisa que eu prometeria seria esta: ‘melhorar’ a humanidade. Não pretendo exigir novos ídolos; basta-me que os antigos aprendam comigo o que significa ter pés de barro. Derrubar ídolos – e ao dizer ídolo suponho toda classe de ideais – toca mais de perto os meus anelos íntimos.”