IMPERDÍVEL – Disco marca retorno e despedida do Hot Hot Heat
Banda indie lança seu sexto e último disco nesta sexta-feira, 24 de junho
O quarteto Hot Hot Heat surgiu em 1999, no Canadá. Fundada pelo baixista Dustin Hawthorne, o tecladista e vocalista Steve Bays e o baterista Paul Hawley, a banda foi um dos principais expoentes do indie rock de pegada eletrônica que começou a surgir com mais força no começo do século, com o fim dos movimentos grunge e pós-punk. O grupo tem no currículo ótimos trabalhos, como Make up the Breakdown (2002) e Elevator (2005). Neste ano, entretanto, os canadenses decidiram dissolver a banda. E é por isso que o disco que sai agora com o nome do grupo é tanto um retorno, seis anos depois do bom Future Breeds, quanto uma despedida.
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Apesar de a música de abertura, a faixa de batida animada Kid who Stays in the Pictur, remeter a hits da banda como Middle of Nowhere e à sonoridade de grupos como o francês Phoenix, o Hot Hot Heat segue parece buscar um som introspectivo. É o que se ouve em canções como Pulling Levers e Mayor of the City, com guitarras misteriosas e um ritmo menos envolvente. Porém, via de regra, o pop alegre de faixas ao estilo de Bobby Joan Sex Tape, que se destaca pela linha de baixo acompanhada por sintetizadores pulsantes, e Comeback of the Century, com riffs que pendem para o eletrônico e um ritmo dançante, prevalece. Despertar a vontade de dançar é a especialidade dos canadenses, que também realizam a tarefa com proeza em Alaskan Midnight Sun, uma das músicas mais indies do disco, e Sad Sad Situation, que tem um refrão chiclete em meio a um andamento imprevisível e interessante – uma mistura que surpreendentemente dá certo.
A banda deve ter percebido que os tempos de glória ficaram no passado. Não se arrisca ao extremo, prefere ficar em sua zona de conforto e executa bem o que propõe. Hot Hot Heat não irá entrar para o hall dos maiores momentos da carreira da banda, mas é uma forma mais do que digna de dizer adeus.
https://youtube.com/watch?v=csIaz1GS9i8