Grande Rio escorrega ao cantar sobre nossos pecados sociais
Enredo sobre jeitinho brasileiro foi criado após o quase-rebaixamento da escola no Carnaval do ano passado
Como diz o samba da Grande Rio: na vida todo mundo escorrega. E o desfile da escola na madrugada desta segunda-feira, 4, no Carnaval do Rio de Janeiro foi, de forma involuntária, a melhor tradução do enredo, que tratava do jeitinho brasileiro.
Criado para superar o trauma da virada de mesa que, no ano passado, manteve a Grande Rio no Grupo Especial, o enredo de Renato e Marcia Lage não cumpriu a promessa de compreender os nossos pecados sociais – apenas apontou erros catados meio ao acaso. E tome lições de trânsito e de bom comportamento. Faltou dizer: não virarás a mesa.
Ficou faltando também uma explicação para a comissão de frente, um Moisés high tech. O cara errou ao divulgar os Dez Mandamentos? O erro foi de Deus? Quem pisou na bola? No fim das contas, foi a escola que escorregou.
Na dispersão, a escola ainda teve problemas para retirada do terceiro carro alegórico. Houve muita correria dos integrantes para conseguir empurrar a alegoria para fora da Marquês de Sapucaí.
Emojis
O desfile contou com emojis, ala sobre fake news e até sobre haters. Moacyr Luz, um dos compositores da Grande Rio, desfilou vestido com um colete de emojis. Disse que são uma referência aos erros, brigas e exageros que acontecem nas redes sociais. “Tenho WhatsApp e Facebook porque trabalho, mas no dia em que puder acabo com tudo.”