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Fundação vai investir 250 milhões de dólares em novos monumentos nos EUA

Após protestos do Black Lives Matter contra estátuas de escravagistas, Instituição Mellon planeja memoriais que contem outros lados da história americana

Por Tamara Nassif Atualizado em 5 out 2020, 18h47 - Publicado em 5 out 2020, 17h58

A Fundação Andrew W. Mellon, uma das maiores instituições filantrópicas dos Estados Unidos, anunciou nesta segunda-feira, 5, o Monumentos Project, iniciativa que visa “reimaginar” monumentos históricos americanos. Ao longo de cinco anos, serão gastos 250 milhões de dólares (aproximadamente 1,4 bilhão de reais) para construir e realocar obras que prestam homenagem à história do país, além de contextualizar e explicar as já existentes. O objetivo, segundo a instituição, é de “celebrar e afirmar as diversas histórias da América”, uma resposta à avalanche de protestos do Black Lives Matter contra estátuas de personalidades históricas ligadas à escravidão ou representadas de forma preconceituosa.

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No maior projeto em seus cinquenta anos de existência, a instituição define “monumentos” no sentido mais amplo: para além de memoriais, estátuas e marcos históricos, visa também revisar “espaços de contar histórias”, como museus e instalações de arte. A primeira doação será de 4 milhões de dólares ao Monument Lab, um estúdio público de arte e história na Filadélfia que “reimagina espaços públicos por meio de histórias de justiça social e equidade”.

Em entrevista ao jornal americano The New York Times, a presidente da instituição, Elizabeth Alexander, diz que os monumentos são uma forma de dizer como uma sociedade é e de como se ensina história em lugares públicos. “Tanto aprendizado acontece sem que entremos em uma sala de aula e sem percebermos que estamos sendo ensinados”, diz. “Queremos perguntar como podemos ajudar a dar forma à bela, extraordinária e poderosa multiplicidade de histórias americanas.”

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Como exemplo de monumentos mais “inclusivos”, Elizabeth citou o Memorial dos Veteranos, em Washington, que, ao longo de seus 75 metros de comprimento, tem mais de 58.000 nomes de soldados americanos mortos na Guerra do Vietnã gravados em placas de mármore negro. Também relembrou o chamado Path of Stars, em New Haven, que, à semelhança da Calçada da Fama em Hollywood, homenageia cidadãos comuns.

Estátua ‘Raise Up’ no National Memorial for Peace and Justice, no Alabama. (Barry Lewis/Getty Images)

Antes de anunciar o projeto, a fundação já havia doado 5 milhões de dólares ao National Memorial for Peace and Justice, no Alabama, que presta homenagem a vítimas negras linchadas nos Estados Unidos. Também destinou 25.000 dólares a um monumento no Central Park, em Nova York, que relembra uma família abolicionista que vivia no Seneca Village, uma comunidade negra do século XIX destruída para a construção do parque.

No meio deste ano, dezenas de estátuas americanas foram derrubadas e depredadas durante protestos do Black Lives Matter, movimento aflorado pelo assassinato de George Floyd. As demandas de retirada de monumentos ligados à escravidão e ao colonialismo se centraram, principalmente, nos que celebravam líderes confederados – representantes dos estados escravistas na Guerra Civil dos EUA. Cristóvão Colombo também foi alvo dos manifestantes, que entendem que as condecorações distorcem a história e minimizam ou ignoram a crueldade do explorador com povos nativos das Américas.

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