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Final de ‘Amor de Mãe’ chega em 2021 e abordará pandemia, com máscaras

Após ter sua primeira novela interrompida, a autora Manuela Dias terá de retomar a trama em um mundo diferente. Sua saída: jogar-se no “novo normal”

Por Marcelo Marthe Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 26 ago 2020, 16h36 - Publicado em 21 ago 2020, 06h00
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  • A baiana Manuela Dias passou os últimos cinco meses dentro do que define como “microbolha”. Em sua residência, na Zona Sul do Rio, a autora da Globo vem enfrentando a quarentena ao lado apenas da mãe, Sonia, e da filha, Helena. “É impossível escrever junto com uma criança de 4 anos. Se eu ganhasse 5 centavos a cada vez que a Helena fala ‘mãe’, eu poderia parar de trabalhar”, disse Manuela a VEJA, na semana passada. Ela conta que as tribulações da própria maternidade foram a inspiração para a novela Amor de Mãe (confira a entrevista neste link). Mas, nestes estranhos tempos de Covid-19, a notória “filha” televisiva consome sua atenção tanto quanto a pequena Helena. Com a exibição suspensa desde o fim de março, a trama das 9 reiniciou suas gravações no último dia 10. Limitada por um complexo protocolo sanitário, Manuela teve de quebrar a cabeça para solucionar um dilema: como recomeçar uma narrativa que se propunha realista em um Brasil tão assombrosamente diferente daquele de poucos meses atrás?

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    A resposta que ela encontrou foi promover um choque redobrado de realidade. Quando voltar ao ar para sua fase final, em algum ponto longínquo entre março e abril de 2021, Amor de Mãe oferecerá uma imersão nas agruras do “novo normal”. Os personagens usarão máscara ao sair para a rua e interagir com pessoas fora de seu convívio. Só abrirão mão da proteção quando estiverem no aconchego de suas microbolhas — os lares das três protagonistas, a retirante Lurdes (Regina Casé), a dona de restaurante e vilã Thelma (Adriana Esteves) e a advogada Vitória (Taís Araujo). Do mesmo modo como nas incontáveis reuniões em que Manuela e a direção da Globo debateram que fim dar a Amor de Mãe, os personagens também poderão se comunicar em cena por meio de chats de vídeo. “Eles vão se comportar como a gente na vida real. Há talvez cinco ou seis pessoas que você encontra sem máscara hoje”, afirma.

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    SUSPENSE - Gravação da cena do assassinato, a última exibida pela novela: punição da vilã Thelma (à esq.), só em 2021 – (Isabella Pinheiro/Gshow/TV Globo)

    Inserir o coronavírus na trama traz um (leve) alívio à tarefa excruciante de gravar novelas no quadro atual. A separação dos personagens em microbolhas não só torna a novela mais verossímil, como permite isolar os atores em grupos que não se trombam no estúdio — uma forma de reduzir os riscos de contágio entre os núcleos do elenco e da equipe técnica. Obviamente, transformar as máscaras em itens de figurino também amplia a proteção no set. Até chegar o momento em que o diretor grita “gravando”, aliás, os atores passam por uma maratona que inclui botar roupa de proteção, deixar os pertences em armários, desinfectar celulares e se virar como maquiadores deles mesmos (por sinal, o excesso de pomposidades fará a Globo evitar as tramas de época enquanto a pandemia durar). Nesse cenário periclitante, compreende-se por que Amor de Mãe terá só mais 23 capítulos — metade, grosso modo, do planejado. Se antes era possível gravar seis capítulos em uma semana, agora serão no máximo dois.

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    Explorar as correspondências entre realidade e ficção não é exceção, mas regra na trajetória de Manuela. Jornalista por formação, ela tentou a carreira de atriz nos anos 1990, mas acabou atraída pelo trabalho atrás das câmeras, como roteirista. Do programa Sandy & Junior à sitcom A Grande Família, colaborou com tudo um pouco, até se consagrar, em 2016, com uma adaptação do clássico francês As Ligações Perigosas e a impactante Justiça. Aquele mesmo registro de realismo cru da série, na qual ela remexia em questões morais e sociais delicadas, foi aplicado à sua estreia nas novelas. Impressionado com seu talento, o noveleiro Silvio de Abreu, diretor de dramaturgia da Globo, a escalou logo para a trama das 9. “Ela é muito engenhosa. Achei que devia colocá-la no melhor horário da emissora”, diz Silvio. Manuela, de 43 anos, esperou duas décadas na fila e passou três anos desenvolvendo Amor de Mãe. Bem na semana em que a novela atingia seu ápice no ibope, com a cena em que a personagem de Adriana Esteves se revelava uma assassina fria, eis que a Covid-19 mudou tudo. “Eu me adapto a uma chuva, a uma atriz que ficou doente, a uma pandemia. Meu objetivo com essa epopeia é crescer”, diz ela. Cenas do próximo capítulo, só em 2021.

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    Publicado em VEJA de 26 de agosto de 2020, edição nº 2701

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