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Félix, de ‘Amor à Vida’: a perfeita fusão de Carminha e Crô

O vilão de Mateus Solano dá pinta e compõe pérolas como o mordomo de ‘Fina Estampa’, e ao mesmo tempo é capaz de planos tão atrozes quanto os praticados pela megera de Adriana Esteves em ‘Avenida Brasil’

Por Da Redação
25 Maio 2013, 16h46

Félix, o vilão de Amor à Vida, é realmente um fenômeno. Em apenas uma semana, ele arrebatou o coração dos noveleiros e inspirou uma série de manifestações de tietagem na internet, com a criação de memes e até uma página só sua no Facebook. O malvado pintoso de Mateus Solano, além da popularidade, se distingue por sua genética inusitada. Ele é fruto de um caso raríssimo de hibridez na TV brasileira. Félix é cruzamento de dois tipos ainda frescos na memória do espectador, embora já fora do ar. Adepto do vocabulário e do gestual gay, além de criativo como o mordomo Crô (Marcelo Serrado) de Fina Estampa, ele mostra que frequentou a escola de maldades de Carminha (Adriana Esteves), de Avenida Brasil. A falta total de escrúpulos que aproxima os dois personagens virou piada nas redes sociais, onde pipocam fotomontagens da megera do Divino dando conselhos e passando o bastão de vilão da faixa das nove para Félix.

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Ao contrário de Crô, que deixava clara a sua opção sexual e tinha até um namorado misterioso na trama, Félix mantém um casamento de fachada com a estilista Edith. Tudo para ser aceito pelo pai, César (Antônio Fagundes), e garantir o pedaço maior da herança que disputa a cada capítulo com a irmã caçula, Paloma (Paolla Oliveira), mesmo que unilateralmente. Ainda assim, ele entrega sua opção sexual a cada frase que diz – e que se torna um hit nas redes. As expressões mais replicadas até agora na internet são “Meu doce”, forma como chama a irmã que prefere ver morta, e “Meu anjinho”, apelido carinhoso dado ao amante com quem conversa pela internet.

Félix e Crô também se cruzam por meio da devoção a uma mulher em particular. O vilão de Mateus Solano mantém uma relação de cumplicidade fashion com a mãe, a perua Pilar (Susana Vieira), que segundo ele entende mais de cílios postiços que de medicina, profissão em que se formou mas abandonou. Ele a obrigou a mudar de sapatos quando viu que o par que vestia não combinava com a roupa e teve a pachorra de tirar um par de tênis da mochila e oferecê-lo à mãe durante uma visita ao Machu Picchu, no primeiro capítulo. “Se subir e descer todas essas escadas com esse salto, vai acabar torta.” Tamanha dedicação foi vista recentemente nas novelas apenas na relação entre Crodoaldo Valério e sua musa e patroa, Teresa Cristina (Christiane Torloni), a quem cortejava com apelidos rebuscados como Rainha do Nilo, Filha de Osíris e Pitonisa de Tebas. Pelo menos, Félix se livrou de ser tripudiado pela mãe como a vilã de Fina Estampa costumava fazer com Crô.

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O Divino revive – A crueldade de Félix é um dos únicos pontos que o distancia do colega de Fina Estampa, mas, por outro lado, o aproxima de outro personagem igualmente inesquecível. A terrível Carminha virou sinônimo de vilania por não ter poupado nem criancinhas em sua saga para ficar rica em Avenida Brasil. Ela praticou as maiores atrocidades contra a enteada, Nina (Débora Falabella), ainda menina: provocou a morte de seu pai e a mandou para o lixão, tudo para ficar com o dinheiro da venda da casa onde os três moravam. Na trama de João Emanuel Carneiro, a vítima-mirim teve a sorte de ser resgatada por um casal de argentinos que a adotou. Pois Félix foi além e maltratou um bebê recém-nascido, sua sobrinha, que foi retirada dos braços da mãe Paloma ainda com o cordão umbilical pendurado e abandonada em uma caçamba de lixo. A pequena de Amor à Vida também teve sorte e foi encontrada pelo amoroso Bruno (Malvino Salvador), que havia acabado de perder o filho e a mulher, vítimas de um parto complicado.

Os dois também rejeitam a própria cria. Carminha, a filha gordinha Ágatha (Ana Karolina), que era alvo de bullying materno. E Félix, o filho Jonathan (Thalles Cabral), que chega a empurrar porque para que não fique “grudado” nele.

A lista de coincidências seria maior se o bebê descartado pelo pintoso, quando adulto, se dedicasse a um plano de vingança contra o tio desnaturado, assim como Nina fez em Avenida Brasil. Pelo bem da teledramaturgia, o sincronismo para por aí e serve apenas para mostrar que há bastante espaço nas novelas para personagens tão estereotipados e, por que não, divertidos.

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