Talvez já resignado pelo tratamento frio dado pela mórmom Stephenie Meyer ao tema sexo, quem foi conferir a pré-estreia brasileira de Amanhecer – Parte 2, último episódio da saga Crepúsculo, nesta quarta-feira, estava mais interessado na adaptação da batalha criada pela autora no último livro da série do que em um possível rala e rola entre Edward (Robert Pattinson) e Bella (Kristen Stewart), agora revigorada como vampira. O prometido ápice da franquia põe de um lado a família de vampiros do bem, os Cullen, à qual os heróis são ligados, é claro, e de outro a família de vampiros autoritários Volturi, os chefões da espécie.
CRÍTICA: ‘Amanhecer – Parte 2’ é o melhor da saga, mas isso não quer dizer que é bom
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Momentos antes da sessão começar no shopping JK Iguatemi, em São Paulo, que teve todas as suas oito salas tomadas pela pré-estreia, outros ainda diziam estar curiosos para saber como Bella ficaria. Afinal, Amanhecer – Parte 1 – o último livro foi fatiado em dois longas para render mais bilheteria – termina com a sua conversão em vamp. Já cenas mais picantes entre a personagem e Edward pouco animavam os fãs, a despeito de declarações dos atores, que em entrevistas sobre o filme disseram que ele teria mais teor sexual que os anteriores.
Fernanda Pires, 20, leu toda a série escrita por Stephanie Meyer – o primeiro volume quatro vezes – e assistiu a todos os filmes. Ela esperava ansiosamente pela luta final. Para a estudante, a mistura entre romance e universo sobrenatural em Crepúsculo, turbinada por efeitos especiais (ainda que toscos), formam uma ótima combinação na tela. Se ela pudesse mudar algo, seria apenas o casal principal, que passaria a ser composto por Bella e pelo lobisomem Jacob (Taylor Lautner). “Jacob é muito melhor. O Edward simplesmente não existe, é formal demais”, disse.
INFOGRÁFICO: Dê o seu final para Crepúsculo
Clara Nogueira Barelli, de 12 anos, que engrossa a preferência por Jacob, também aguardava o conflito final. A menina arrastou o pai, Amarildo Barelli, 49, para o cinema para assistir a Amanhecer – Parte 2. Programa de índio para o paizão? Nem tanto. O advogado diz que, de tanto ver os filmes com a filha, acabou gostando e queria saber como terminaria a saga – até porque ele não leu os livros, naturalmente. Para Barelli, o desfecho mais aguardado era o do romance entre Renesmee, a filha de Edward e Bella, e Jacob, que com ela teve um imprinting (espécie de amor à primeira vista dos lobisomens, capaz de criar um laço eterno).
Por sua vez, as amigas Tatiane Lopes, 34, e Cida Rodrigues Lima, 68, queriam saber o que ia acontecer com a nova imortal, Bella. “A última cena do filme anterior mostra só a Bella abrindo os olhos e isso criou suspense. Quero saber o que vai acontecer agora”, disse Tatiane. Elas afirmaram gostar de Crepúsculo porque a série é protagonizada por vampiros “do bem”, que não matam humanos e se alimentam com sangue de outros animais.
“Além de ser um romance maravilhoso, a série dá importância a valores como verdade, amizade, família, fidelidade”, disse Carolina Trancucci, 30. Por falar em fidelidade, a pulada de cerca de Kristen Stewart e o término do namoro com Robert Pattinson não foram relevantes para a fã, que compartilha da ideia de que todos devem ter uma segunda chance. Apesar disso, a secretária executiva não descartou a possibilidade de o relacionamento ser apenas jogada de marketing para promover o filme. Carolina, que foi ao cinema junto com a amiga Marina Stumpf, 24, disse querer saber também se como vampira Bella seria mais “viva”, já que, quando humana, era uma “mosca morta”.
Durante o filme, palmas, gritos e lágrimas deram o tom de Amanhecer – Parte 2. A tuiteira Lily Marques, de 24 anos, saiu convencida de que viu o melhor filme da franquia. “Foi surpreendente. Apesar de ter lido o livro, esqueci de algumas partes e fiquei chocada com o que vi.” A amiga Letícia Almeida, 20, disse ter gritado muito nas cenas de ação. “No final, fiquei aliviada e comecei a chorar”, disse. Para ela, que é estudante de Letras, a série de Stephanie Meyer é tão boa quanto a da britânica J. K. Rowling, Harry Potter. E os filmes são melhores.
Lily e Letícia estavam acompanhadas de Patrícia Abed, de 43 anos. A secretária, que leu todos os livros e viu todos os filmes de Crepúsculo, também lembrou da saga de J. K. Rowling, mas por outro motivo. Durante a infância da filha, ela leu o primeiro livro de Harry Potter para a menina, que acabou criando interesse pela leitura. O restante da série ela leu sozinha, e daí partiu para os livros de Stephanie.