Exatamente vinte anos depois de Cazuza, morre o produtor musical Ezequiel Neves
Juntos, eles fizeram as músicas "Exagerado" e "Codinome Beija-Flor"
Ezequiel Neves, produtor musical e compositor mineiro, morreu hoje no Rio de Janeiro, aos 74 anos, por falência múltipla dos órgãos. Ele sofria de câncer no cérebro e estava internado havia seis meses. Triste e curiosa coincidência: Neves morreu extamente 20 anos depois de Cazuza, seu parceiro musical e bom amigo – ou, como ele mesmo já havia declarado: “o neto que eu não tive”.
Neves foi quem insistiu para que a banda de Cazuza, Barão Vermelho, fosse lançada, em 1982. Junto com o também produtor Guto Graça Mello, ele precisou convencer João Araújo, o presidente da Som Livre – e pai de Cazuza.
O lançamento foi um sucesso e Neves ficou, então, conhecido como o “descobridor” de Cazuza.
Ele também presenciou a saída do cantor da banda, que acabara de ganhar um disco de ouro – Cazuza quebrou a peça na frente de Neves, num acesso de ira, mostrando o quanto queria seguir solo. Nesse período, o produtor também o acompanhou, ajudando inclusive a criar músicas como Exagerado e Codinome Beija-Flor.
Em 1987, Neves viajou com Cazuza e os pais dele a Boston, onde o cantor procurava por tratamento para a AIDS, doença então recém-detectada e que terminou por matá-lo, em 1990. “A presença maior na minha vida é a ausência dele”, disse Ezequiel, sobre o cantor.
A coincidência entre as datas das duas mortes rendeu muito assunto no Twitter. O tópico “Morre Ezequiel Neves” alcançou o topo da lista de assuntos mais comentados do dia por volta das cinco horas da tarde.