O premiado romancista americano Philip Roth morreu nesta terça-feira, aos 85 anos, de insuficiência cardíaca, em local não revelado. A informação foi confirmada pelo agente literário do escritor, Andrew Wylie.
Autor de mais de 25 livros, como Complô contra a América (2004) e Complexo de Portnoy (1969), Roth conquistou praticamente todos os prêmios literários relevantes em mais de sessenta anos de carreira. Com Pastoral Americana (1997), Roth ganhou o Prêmio Pulitzer, um dos muitos prêmios de uma aclamada carreira, faltando apenas ser laureado com o Nobel de Literatura, para o qual seu nome foi ventilado em diversas ocasiões.
Ele também ganhou dois prêmios Faulkner, a Medalha Nacional das Artes e o Prêmio Príncipe de Astúrias. Seu último romance, Nêmesis, sobre a epidemia de pólio em 1944, foi publicado em 2010, dois anos depois de Roth anunciar que pararia de escrever, o que deixou o mundo da literatura atônito.
“Havia chegado ao fim. Não havia mais nada para escrever”, declarou à BBC em 2014. “Comecei a grande tarefa de não fazer nada. Fiquei muito bem.”
Roth era dono de um estilo realista e direto e adotava um humor ferino em suas obras. Nascido em 19 de março de 1933 na cidade de Newark, Nova Jersey, neto de imigrantes judeus-europeus da primeira onda migratória aos Estados Unidos na primeira parte do século XIX, Roth teve sua obra associada à comunidade judaica, e muitos de seus romances refletem as questões de identidade dos judeus dos Estados Unidos.
Além do judaísmo e suas obrigações, a extensa e premiada obra do escritor abordou temas como o sexo, o desejo, a velhice e a morte de forma recorrente. Philip Roth foi casado duas vezes. A primeira, com Margaret Martinson (1959-1963), que morreu em 1968, em um acidente de carro. A segunda com a atriz inglesa Claire Bloom, da qual se divorciou em 1994 após um casamento turbulento.
(Com AFP, Estadão Conteúdo e EFE)