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Em Minas, contar histórias de Guimarães Rosa dá futuro

“Miguilim olhou. Nem não podia acreditar! Tudo era uma claridade, tudo novo e lindo e diferente, as coisas, as árvores, as caras das pessoas.” A cena em que Miguilim, personagem do livro Manuelzão e Miguilim, de Guimarães Rosa, experimenta pela primeira vez os óculos, é uma metáfora poderosa para o Grupo de Contadores de Estórias […]

Por Maria Carolina Maia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 20 Maio 2010, 19h50
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  • “Miguilim olhou. Nem não podia acreditar! Tudo era uma claridade, tudo novo e lindo e diferente, as coisas, as árvores, as caras das pessoas.” A cena em que Miguilim, personagem do livro Manuelzão e Miguilim, de Guimarães Rosa, experimenta pela primeira vez os óculos, é uma metáfora poderosa para o Grupo de Contadores de Estórias Miguilim. Criado em 1995, o grupo, que narra apenas histórias de Rosa, vem transformando a perspectiva de jovens – principalmente de classe baixa – de Cordisburgo, cidade natal do escritor mineiro. O projeto demanda de seus participantes que tenham bom desempenho na escola, da qual a maioria sai para trilhar outros estudos.

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    Foi o caso do estudante Tiago Goulart, 23, hoje morador de Belo Horizonte. Tiago entrou para o grupo dos Miguilins há 12 anos, acompanhando uma amiga, que queria participar do projeto. A amiga acabou abandonando o grupo, mas ele ficou. Por sete anos. Saiu ao terminar o ensino médio – como acontece com todo Miguilim – e rumou para a capital, onde fez dois anos de cursinho preparatório para o vestibular e hoje é aluno do curso técnico de programação visual. Essa posição o coloca à frente, em termos de titulação acadêmica, do pai e da mãe.

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    Para Tiago, a passagem pelos Miguilins foi fundamental para que ele continuasse os estudos. “Contar histórias me abriu várias portas e me permitiu atravessar bem a adolescência. Se eu não tivesse participado dos Miguilins, talvez eu não tivesse lido Guimarães Rosa e agora não estivesse estudando.” Além da condição de ter boas notas enquanto participante do projeto, e do incentivo para não deixar de estudar, a ligação com o grupo dos Miguilins proporcionou moradia em BH. Explica-se: a médica Calina Guimarães, prima de Guimarães Rosa e criadora do projeto, mantém na capital um apartamento que recebe meninos de Cordisburgo e os ajuda a estruturar a vida na cidade grande.

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