Eduardo Giannetti é eleito novo imortal da Academia Brasileira de Letras
O novo acadêmico é economista e trabalhou como assessor econômico durante a campanha política à presidência da República de Marina Silva

Em uma das eleições mais acirradas para Academia Brasileira de Letras, o escritor Eduardo Giannetti foi eleito imortal com 18 votos, nesta quinta-feira, 16, para ocupar a cadeira 2, que antes pertencia ao filósofo Tarcísio Padilha. Em sessão híbrida no Petit Trianon, no Rio de Janeiro, dez concorrentes disputaram a última vaga da ABL, além de Gianetti: Sergio Bermudes, Gabriel Chalita, Samia Macedo, Antônio Helio da Silva, José Humberto da Silva Henriques, Eloi Angelos Guio D’Aracosia, Jeff Thomas, José William Vavruk, Joana Rodrigues e Alexandre Figueiredo estavam no páreo. Dos 35 acadêmicos aptos a votar, apenas um deles não votou por motivos de saúde.
A eleição, no entanto, foi decidida em dois turnos. No primeiro, Giannetti teve 15 votos, Sergio Bermudes levou outros 11 votos e Chalita teve oito votos. No segundo turno, Gianetti ficou com a vaga após ter sido escolhido por 18 acadêmicos. Nas outras quatro eleições deste ano, todos os eleitos foram escolhidos no primeiro turno.
Eduardo Giannetti nasceu em Belo Horizonte, no dia 23 de fevereiro de 1957. É economista, professor, autor e palestrante formado na Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) e em Ciências Sociais pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) ambas da Universidade de São Paulo. Possui doutorado em Economia pela Universidade de Cambridge (1987). Atualmente é professor da Ibmec Educacional. Foi também professor de economia do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), da FEA-USP (1988-1999) e da Universidade de Cambridge (1984-1987).
Giannetti é autor de diversos livros e artigos, sendo alguns deles traduzidos para diversos idiomas. Vencedor por duas vezes do Prêmio Jabuti: o primeiro, em 1994, por Vícios Privados, Benefícios Públicos? e o segundo, em 1995, pelo livro As Partes & O Todo. Entre seus outros trabalhos estão os livros Autoengano (1997), O Valor do Amanhã (2005), Trópicos Utópicos (2016) e O Elogio do Vira-Lata e Outros Ensaios (2018). Foi vencedor do prêmio Economista do Ano, pela Ordem dos Economistas de São Paulo, em 2004. Giannetti também atua como assessor do partido político Rede Sustentabilidade e foi o responsável por elaborar os planos econômicos de Marina Silva, durante as campanhas presidenciais de 2020, 2014 e 2018.
Os últimos dias foram bastante agitados na ABL. Privada de promover eleições durante a pandemia, a instituição acumulou cinco cadeiras vagas. As eleições foram retomadas neste ano e os vencedores foram, respectivamente, a atriz Fernanda Montenegro, o cantor e compositor Gilberto Gil, o neurocirurgião Paulo Niemeyer Filho e o advogado José Paulo Cavalcanti Filho. Antes de Tarcício Padilha, ocuparam a cadeira 2 Coelho Neto (fundador), João Neves da Fontoura, João Guimarães Rosa e Mário Palmério.
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