Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Doçura apimentada: Phoebe Bridgers pede passagem com rock feminista

Apesar do jeito meigo, a americana é a fera à frente de uma nova geração de roqueiras que fincaram a bandeira do MeToo no Grammy

Por Felipe Branco Cruz Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 dez 2020, 09h23 - Publicado em 4 dez 2020, 06h00

Em seu álbum de estreia, Stranger in the Alps (2017), a cantora Phoebe Bridgers mandava um duro recado a alguém. “Eu o odeio pelo que você fez / E sinto sua falta como uma criancinha”, disparava a americana em Motion Sickness. Seu alvo era o compositor Ryan Adams. No início da carreira, Phoebe foi pupila do artista e teve um relacionamento com ele, vinte anos mais velho. Em 2019, ao lado da atriz Mandy Moore, ela engrossaria o coro de sete mulheres que denunciaram Adams por assédio e abuso psicológico. As letras sombrias daquele primeiro disco, calcadas no indie, folk e emo, se mantiveram em seu segundo trabalho, Punisher. Lançado em junho deste ano, o disco pungente confirma Phoebe, de 26 anos, como o principal talento à frente de uma geração de cantoras perfeitamente sintonizadas com o espírito do movimento MeToo. O disco levou à sua indicação a quatro categorias do Grammy 2021, incluindo a de melhor performance de rock. Isso, em um ano especial: pela primeira vez desde 2012, quando a instituição eliminou a distinção de gênero, só mulheres foram indicadas na seara outrora dominada pelos marmanjos.

+ Compre o vinil de PUNISHER, de Phoebe Bridges
+ Compre o vinil de Stranger In The Alps, de Phoebe Bridges
+ Compre o vinil de Killer / Georgia, de Phoebe Bridges

Phoebe tem um ar de mocinha doce — mas é só aparência. A melancolia de suas canções contrasta com o humor escrachado que ela exibe em redes sociais e entrevistas. Sobre as indicações femininas ao Grammy, destilou sarcasmo contra o jornal The New York Times: “É engraçado e chocante porque, provavelmente, em algum momento todos já foram homens em todas as premiações”. Nascida na Califórnia, Phoebe fez parte de uma banda indie feminina, a Boygenius, antes de seguir carreira-solo. Hoje, é a mais notória expoente de um grupo de garotas com menos de 30 anos — como Sophia Allison e Lindsey Jordan — que está renovando o rock’n’roll. Essas artistas deixam de lado temas banais para investir em letras mais sérias que, por vezes, alertam sobre as doenças mentais, a depressão e o suicídio. “Estou fazendo um novo tipo de terapia, e muitas memórias estão voltando”, já confessou. Quem disse que guitarra é coisa de menino? Durma com essa, Ryan Adams.

Publicado em VEJA de 9 de dezembro de 2020, edição nº 2716

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.