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Datas: John le Carré e Paulinho, do Roupa Nova

O escritor e o músico

Por Felipe Branco Cruz Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 18 dez 2020, 11h00 - Publicado em 18 dez 2020, 06h00

A carreira de John le Carré no serviço secreto britânico, o MI6, foi precocemente interrompida por um escândalo bastante peculiar: sua identidade foi vazada para a KGB (o serviço secreto da extinta União Soviética) pelo agente duplo Kim Philby. Descoberto, Carré ficou impossibilitado de executar missões sem que sua vida fosse posta em risco — e viu-se forçado a abandonar a profissão. No entanto, a experiência no MI6 — chamado de “Circus” em seus livros — lhe deu autoridade para escrever os mais verossímeis romances de espionagem já publicados e que são um contraponto brilhante às histórias do infalível James Bond. Os personagens de suas mais de duas dezenas de tramas nunca são 100% bons ou 100% maus: carregam uma dubiedade que imediatamente causa identificação nos leitores.

A maioria de suas obras foi ambientada nos anos da Guerra Fria, mas sua produção abarcou também os conflitos no Oriente Médio e o terrorismo moderno. Suas histórias parecem nascidas para a tela — e renderam, de fato, filmes antológicos como O Alfaiate do Panamá (2001), com Pierce Brosnan, O Jardineiro Fiel (2005), dirigido pelo brasileiro Fernando Meirelles, e O Espião que Sabia Demais (2011), protagonizado por Gary Oldman — cujo roteiro, ironicamente, é sobre um agente duplo que vaza informações sobre outros espiões. Ele morreu no sábado 12, aos 89 anos, de pneumonia, na Cornualha, Inglaterra.

Foi numa festa…

VOZ MARCANTE - Paulinho, da banda Roupa Nova: vítima da Covid-19 -
VOZ MARCANTE - Paulinho, da banda Roupa Nova: vítima da Covid-19 – (Michelle Felippelli/Futura Press)

Nos quarenta anos do Roupa Nova nunca se viu entre seus integrantes brigas de egos, num arranjo em que todos intercalavam os vocais, sem um frontman definido. Entre eles se destacava o carismático percussionista Paulo César dos Santos, o Paulinho, dono de uma voz potente e marcante. A despeito de todo o sucesso, com vendas de álbuns na casa dos milhões, o grupo jamais foi levado a sério pela crítica, talvez por ter surgido em plena ditadura, quando o rock brasileiro cantava músicas de protesto. As composições pop e certinhas ganharam a pecha de músicas de formatura ou de casamento — o que não é em si pejorativo, pois significa que mesmo quem não é fã certamente já curtiu bons momentos ao som de Whisky a Go-Go, Linda Demais, Sapato Velho, A Viagem e Dona, muitas delas presentes na trilha das novelas. Paulinho morreu na segunda-feira 14, aos 68 anos, de Covid-19, contraída durante tratamento de um linfoma, no Rio de Janeiro.

Publicado em VEJA de 23 de dezembro de 2020, edição nº 2718

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