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Comédia ‘Vai que Dá Certo’ peca por ser ‘pastelão’ demais

Longa do cineasta Maurício Farias, ex-diretor de 'A Grande Família', até tem boas sacadas, mas não consegue fugir dos clichês do humor da TV brasileira

Por Carol Nogueira
22 mar 2013, 13h50
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  • Por alguns minutos, na introdução de Vai que Dá Certo, o espectador pode até acreditar que está vendo um filme diferente e original. Mas é uma pena que a abertura, feita em estilo 8-bit — de games como Pac Man –, nada tenha a ver com o resto do longa, que desperdiça os grandes nomes aos quais está vinculado para fazer um humor não muito diferente do que se vê na tela da Globo. Afinal, é dirigido por Maurício Farias (diretor de A Grande Família entre 2004 e 2010 e também das séries Aline e Tapas & Beijos) e estrelado por um time de peso que inclui, entre outros, Bruno Mazzeo, Lúcio Mauro Filho e Danton Mello.

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    No filme, Rodrigo (Mello) é um músico fracassado que acaba expulso de casa pela mulher e demitido do bar em que tocava após uma noite de bebedeira. Sem muita perspectiva na área musical, ele decide pedir emprego a um primo que trabalha em uma transportadora de valores, mas é surpreendido com um convite feito pelo familiar, Danilo (Lúcio Mauro Filho), de assaltar a própria empresa. O músico logo chama outros amigos fracassados para ajudar os dois na “empreitada”: os irmãos donos de locadora Vaguinho (Gregório Duvivier) e Amaral (Fábio Porchat) e o professor de inglês Tonico (Felipe Abib).

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    Tudo vai dando errado e o grupo logo se vê envolvido em uma aventura rocambolesca que envolve de traficantes de drogas a policiais corruptos. Fica implícita a intenção de se discutir a situação da sociedade brasileira, mas o filme nunca alcança esse nível de reflexão. Em vez disso, prefere discutir imbecilidades que vêm à tona, principalmente, no personagem de Duvivier, um nerd que só pensa em videogames – são dele pérolas como “Será que o Batman matava o James Bond?”. Esse tipo de diálogo faz o filme soar tão sem graça e pastelão quanto os humorísticos da Globo, como Zorra Total.

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    A cidade em que a história se passa não é mencionada, mas o filme foi gravado em Paulínia (por questões de incentivo financeiro), no interior de São Paulo, de modo que ficaria estranho caso os atores — em sua maioria, cariocas — usassem o próprio sotaque para seus personagens. Fez-se, então, a opção por um falso sotaque paulistano, cheio de gírias comuns às periferias da cidade e que soa, por vezes, caricato.

    Por ter em seu elenco Duvivier e Porchat (que também é um dos roteiristas), dois dos criadores do ótimo canal humorístico Porta dos Fundos, no YouTube, era de se esperar que o filme tivesse um pouco mais de criatividade e frescor. Mas são poucas as sacadas realmente inteligentes do filme — entre elas, uma no final envolvendo policiais militares e corrupção. Um dos poucos destaques do filme fica, quem diria, para Bruno Mazzeo, no papel do político almofadinha Paulo. Triste é constatar que, no cenário de comédias do cinema brasileiro, Vai que Dá Certo não é das piores.

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