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Child’s Pose, da Romênia, vence o Festival de Berlim 2013

Filme mostra luta de uma mãe pelo filho e expõe desigualdades sociais do país

Por Mariane Morisawa, de Berlim
16 fev 2013, 18h51

Foi mais ou menos o esperado: o romeno Child’s Pose, de Calin Peter Netzer, levou o Urso de Ouro do 63º Festival de Berlim. Os prêmios foram anunciados na noite deste sábado pelo júri presidido pelo cineasta chinês Wong Kar Wai e integrado pela diretora dinamarquesa Susanne Bier, o cineasta alemão Thomas Dresen, a diretora de fotografia americana Ellen Kuras, a artista e cineasta iraniana Shirin Neshat, o ator americano Tim Robbins e a diretora grega Athina Rachel Tsangari.

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O filme mostra a luta de uma mãe (Luminita Gheorgiu) para salvar o filho, que atropelou e matou uma criança pobre, e expõe as desigualdades sociais da Romênia. É mais uma mostra da força do cinema do país, que teve presença maciça nos festivais a partir da Palma de Ouro em Cannes para 4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias, de Cristian Mungiu, em 2007. Mas as coisas não são mais as mesmas, segundo a produtora de Child’s Pose, Ada Solomon, porque o dinheiro para financiamento dos filmes minguou. “Os políticos romenos deveriam prestar mais atenção porque o cinema romeno é embaixador do país no mundo. Queria agradecer às pessoas que não nos apoiaram e nos tornaram mais fortes.”

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Cena do filme romeno 'Child's Pose', vencedor do Urso de Ouro no Festival de Berlim 2013
Cena do filme romeno ‘Child’s Pose’, vencedor do Urso de Ouro no Festival de Berlim 2013 (VEJA)
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An Episode in the Life of an Iron Picker, do bósnio Danis Tanovic, que também estava entre os mais comentados do festival, ganhou dois troféus, o do Grande Prêmio do Júri (uma espécie de segundo lugar) e o de melhor ator para Nazif Mujic, que reencenou uma história vivida por sua família, quando sua mulher perdeu o bebê que esperava e, sem seguro-saúde, quase morreu porque eles não tinham dinheiro para a cirurgia. “Estou levando esse Ursinho aqui para a minha família. Tenho uma mensagem para instituições e políticos: vocês não deveriam olhar para nacionalidade, fé, religião, cor da pele. Se alguém pede ajuda, numa emergência, deve ser ajudado”, disse Mujic, que é cigano, na coletiva de imprensa após a premiação. “Coisas boas podem vir da raiva. Espero poder voltar a esse festival que amo tanto com uma história mais feliz”, declarou Tanovic ao receber o Grande Prêmio.

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Nenhuma surpresa também nas premiações de melhor atriz para Paulina García pelo chileno Gloria, de trabalho de câmera para Aziz Zhambakiyev pelo cazaque Harmony Lessons e de roteiro para Jafar Panahi e Kamboziya Partovi pelo iraniano Closed Curtain. Partovi disse que não sabe ainda se o prêmio vai ter algum reflexo positivo no Irã. “Eu não posso falar sobre isso ainda. Em um momento falam positiva e, em outro, negativamente. Eu acredito que a tradição e a cultura permanecem, os políticos vêm e vão.” Panahi está proibido de fazer cinema por vinte anos.

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Houve certo espanto com os troféus de direção para o americano David Gordon Green por Prince Avalanche, que não estava entre os favoritos, e o Alfred Bauer de inovação artística para Vic+Flo Saw a Bear, do canadense Denis Côté, aparentemente por pura falta de opção. O júri também deu incompreensíveis menções especiais “por sua integridade e convicção” a Layla Fourie e Promised Land.

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