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Camiseta preta bate a xadrez no revival do grunge do SWU

Shows de Alice in Chains, Stone Temple Pilots e Faith No More não produzem esperado ar retrô no festival. Diferentes, mesmo, só os fãs da tenda eletrônica

Por Rodrigo Levino, de Paulínia
14 nov 2011, 19h24

Apesar do cancelamento do show da banda indie americana Modest Mouse, as camisas xadrez são a presença mais sentida neste SWU. Mesmo com uma programação capaz de promover um revival do grunge, com shows dos grupos Alice in Chains, Stone Temple Pilots e Faith No More nesta segunda-feira, o festival é dominado por camisetas pretas. Muito disso, graças à presença de milhares de fãs de outras bandas, principalmente as de metal, como Down e Megadeth. O que confirma o título de plateia mais fiel do rock, ostentado pelos metaleiros.

De uma forma ou de outra, a vestimenta segue como uma espécie de código social nos shows de rock. Tanto que é fácil ver quem não é fã do ritmo. É o caso de William Rodrigues, 20, Mauricio Cichetti, 18, e Dirceu Dias, 17, estudantes da cidade de Paulínia, ouvidos pelo site de VEJA. “Se der tempo vamos ver o show da banda Simple Plan, mas o nosso interesse é música eletrônica”, disse William, aos berros tentando ser ouvido enquanto na tenda o bate-estaca tocava em volume ensurdecedor. Para os três, nada de camiseta preta.

William Rodrigues, 20, Mauricio Cichetti, 18, e Dirceu Dias, 17, fãs da tenda eletrônica do SWU
William Rodrigues, 20, Mauricio Cichetti, 18, e Dirceu Dias, 17, fãs da tenda eletrônica do SWU (VEJA)

O completo oposto do tatuador Cris Mofatto, 31, e da estudante Amanda Torres, 25. Usando camisetas de banda de heavy metal, eles mal conseguiam disfarçar a ansiedade para ver as bandas Down e Megadeth. Para ambos, as camisetas e as tatuagens são uma forma de se comunicar com o público desses grupos, criando uma espécie de corrente entre os fãs. E eles eram muitos, concorrendo com os atraídos pela promessa da noite grunge.

Para o estudante Paulo Henrique Bernardino, 20, foi missão hercúlea encontrar tantos outros fãs de Duff, ex-Guns N’Roses. “Vim só para vê-lo. O Guns é a banda da minha vida. Como não pude ir ao Rock in Rio, vim ao SWU ver Duff tocar músicas da antiga banda”, disse ele, que se sentiu recompensado. O músico tocou, entre outras, It’s So Easy, música preferida de Bernardino.

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O quase raro xadrez, curiosamente, se encontrava em gente jovem como os universitários Alexandre Ferrari, 20, e Luana Luizy, 20. Os dois, que têm a mesma idade do grunge, esperavam pelo show dos americanos do Sonic Youth, considerados uma espécie de padrinhos do movimento, no começo da noite. O casal vestia camisetas da banda com a mesma estampa, e uma camisa xadrez por cima.

Outro ponto que chama a atenção é a idade do público do SWU. Diferentemente do Rock in Rio, que tinha coroas e crianças, o festival de Paulínia, com bandas de quase três décadas em atividade, recebe principalmente jovens estudantes. Não se vêem famílias juntas e são raros os que ostentam sinais de que curtem as bandas desde o começo de suas carreiras — quer dizer, que têm idade para isso. Uma prova de que, para o bem e para o mal, as canções das bandas escaladas sobreviveram a seguem cativando novas plateias.

Os universitários Alexandre e Luana, no SWU
Os universitários Alexandre e Luana, no SWU (VEJA)

Clima – Mesmo com tantas camisetas de bandas, pode-se dizer que a roupa oficial do terceiro dia do SWU é a capa de chuva. Intermitente desde o fim da manhã, a chuva de 45 milímetros até a noite obrigou a maioria a encobrir as estampas dos seus grupos musicais preferidos, com a proteção de plástico ou borracha. Além, claro, das galochas. Estas, é bem verdade, sem muita necessidade: a principal área de shows do festival está livre da lama por ser asfaltada. No fim das contas, a chuva influencia mesmo é a disposição do público, que parece mais arrefecido no terceiro e último dia do festival.

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