Calvin & Haroldo completam 25 anos
Tirinha desenhada por Bill Watterson chegou a ser publicada em 2.400 jornais ao redor do mundo quando parou de ser desenhada, em 1995
Quando os inéditos cessaram, Calvin e Haroldo eram publicados em mais de 2.400 jornais ao redor do mundo e venderam mais de 30 milhões de livros
O ano de 2010 marca duas efemérides importantes para a história dos quadrinhos, os 60 anos de Peanuts, criação de Charles M. Schulz, e 25 anos de Calvin & Haroldo, do também americano Bill Watterson. Estes, completados hoje. Watterson, discípulo de Schulz, inclusive tendo declarado que Peanuts definiu o que é a tirinha moderna, deu seguimento ao que foi preconizado por Schulz com talento e humor refinado.
Com a história de um imperativo menino de seis anos, sempre acompanhado por seu tigre e amigo imaginário, Watterson entrou para a história do gênero ao aprofundar questões filosóficas e existencialistas aliando firmeza e leveza, discutir as relações humanas, criticar os adultos usando o ponto de vista de uma criança que entabula conversas surreais.
Até na origem do nome, Watterson reservou-se ao direito do refinamento. Calvin foi inspirado em Calvino, o teólogo que enfrentou a Igreja Católica na Idade Média. Já Hobbes, traduzido no Brasil como Haroldo, vem do filósofo, autor de Leviatã.
Publicado a partir de 1985, as tirinhas tomaram o mundo, deram vida a milhares de produtos licenciados e desde então marcam as gerações que consomem o humor que, infelizmente, parou de ser produzido em 1995, quando Watterson anunciou sua aposentadoria.
O autor recolheu-se desde então em Ohio, onde vive com a sua mulher, Chagrin Falls. Nunca mais deu entrevistas, autógrafos, compareceu a eventos públicos e pediu a sua agente que não lhe encaminhasse cartas de fãs, que ainda chegam do mundo inteiro na sede da Universal Press Syndicate, empresa que representa o autor. Numa rara exceção, em entrevista este ano ao diário The Plain Dealer, Watterson alegou que não voltará a desenhar por medo que suas tirinhas se tornem repetitivas.
Quando os inéditos cessaram, Calvin e Haroldo eram publicados em mais de 2.400 jornais ao redor do mundo e venderam mais de 30 milhões de livros, além de ter ganhado os principais prêmios para o gênero, como o Eisner e o Reuben Awards. Além, claro, de influenciar novos quadrinistas e cunhar frases e cenas inesquecíveis para milhões de fãs.
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