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‘Black Mirror’: tecnologias que já existem ou que estão a caminho

Alguns aparatos mostrados na série da Netflix já estão disponíveis ou estão muito próximos de se tornarem reais

Por Da redação
Atualizado em 4 jan 2018, 21h24 - Publicado em 4 jan 2018, 20h18

Apesar de mostrar finais não raro terríveis a pessoas que usam de novas tecnologias, Black Mirror aguça a curiosidade do público sobre alguns aparelhos e dispositivos futurísticos. Afinal, quem não iria querer poder recuperar memórias a qualquer momento – nem que fosse só para banalidades do dia a dia como descobrir onde você deixou as chaves de casa – ou conversar com um ente querido que já se foi? Algumas tecnologias abordadas na série, que teve sua quarta temporada disponibilizada na Netflix na sexta-feira passada, estão mais próximas do que se imagina. Confira aparatos similares aos mostrados no seriado que já existem ou que estão a caminho:

 

Gravação de memórias

(//Divulgação/Divulgação)

Em Toda a Sua História, terceiro episódio da primeira temporada de Black Mirror, as pessoas são capazes de gravar e rever todas as suas memórias graças a um dispositivo implantado em seu corpo. Algo similar, mas em menor escala, já é feito com os Spectacles, óculos de sol do Snapchat vendidos nos Estados Unidos que permitem que uma pessoa grave até 30 segundos do que vê e envie o vídeo direto para a rede social. Ao que tudo indica, o Google também trabalha em algo parecido: a empresa registrou em 2015 uma patente de busca de vídeos “da vida”, gravados a partir de um aparelho como o Google Glass, por exemplo. Assim, uma pessoa que usasse os óculos (ou outro aparelho similar que a empresa inventar no futuro) poderia gravar continuamente a sua vida e tudo o que vê e, depois, buscar pelas memórias no servidor do Google.

Imortalidade virtual

Episódio "Be Right Back", segunda temporada da série Black Mirror
(Divulgação/Divulgação)

No primeiro episódio da segunda temporada, uma viúva começa a usar um serviço que coleta dados públicos e de redes sociais e recria uma pessoa a partir dessas informações – ela passa a conversar, então, com uma recriação de seu marido. De início, eles se falam pela internet e por telefone, mas depois a mulher decide também adquirir uma versão androide parecidíssima com seu marido. Hoje, os chatbots, programas de computador que são capazes de conversar e responder perguntas como se fossem humanos, se multiplicam pela internet – empresas costumam usar esses serviços para atender clientes, por exemplo. Existe também algo na linha do que é mostrado no episódio: o Lifenaut é um serviço que cria um avatar inteligente de uma pessoa a partir de perfis nas redes sociais e informações fornecidas pelos usuários. A criadora do projeto, inclusive, já desenvolveu um clone robótico de sua esposa que, ela espera, sirva de protótipo para os androides que representariam os usuários. Outro serviço parecido com o Lifenaut está em desenvolvimento, o Eternime, que quer possibilitar que uma pessoa se torne “virtualmente imortal”. Um aplicativo que aprende a maneira como você interage e depois “conversa” com outros usuários também já foi criado: chama-se Replika, e foi desenvolvido justamente após a criadora, Eugenia Kuyda, perder o melhor amigo em 2015 em um atropelamento.

 

Avaliação de pessoas

Black Mirror (David Dettmann/Netflix)

O primeiro episódio da terceira temporada do seriado, Queda Livre, apresenta um mundo onde as pessoas atribuem notas umas às outras a cada interação. A média é usada para avaliar as pessoas, por exemplo, quando elas querem comprar casas ou serem aceitas em círculos sociais mais elevados. No Brasil, algo remotamente semelhante é feito pelo Serasa Score, um número calculado pelo Serasa, a partir de índices como contas pagas em dia e dívidas de uma pessoa, que pode interferir nos empréstimos ou créditos concedidos a ela. Quanto a avaliações em geral, não é ir muito longe dizer que algo parecido já está acontecendo por causa da internet: as pessoas são avaliadas o tempo inteiro nas redes sociais – pelo número de seguidores que têm ou curtidas que ganham ou mesmo pelo que falam –, ao pegar um Uber (tanto o motorista quanto o passageiro recebem uma nota), ao atualizar seu currículo em sites como LinkedIn etc. Não é algo tão sistematizado como o mostrado em Black Mirror, mas acaba interferindo na vida de cada um.

 

Jogo super realista

(//Divulgação)

No segundo episódio da terceira temporada, um rapaz aceita ser a cobaia de um novo jogo de realidade virtual. Por causa de um implante em seu cérebro, o jogador passa a ver, ouvir e sentir coisas que na verdade não existem, mas que parecem muito realistas. Os projetos em realidade virtual já avançaram bastante nos últimos anos, mas, por enquanto, nenhum equipamento criado conseguiu ser tão poderoso quando o mostrado no seriado. Neurocientistas da Universidade Duke já conseguiram reproduzir, através de realidade virtual, algumas sensações nas pernas perdidas por pacientes paralíticos, por exemplo. Nenhum implante capaz de gerar imagens tão realistas como as mostradas na série, porém, foi produzido até agora.

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As abelhas-drones

Cena do episódio ‘Odiados pela Nação’, de Black Mirror
Cena do episódio ‘Odiados pela Nação’, de Black Mirror (Reprodução/Netflix)

O episódio Odiados pela Nação, que encerra a terceira temporada de Black Mirror, mostra como as abelhas estão quase em extinção e abelhas robotizadas, parecidas com minúsculos drones, foram criadas para substituí-las. O problema é que os pequenos aparelhos são também utilizados para que o governo vigie a população e, pior, hackeadas e reprogramadas para matar pessoas. A Universidade de Harvard trabalha no que foi batizado de Robobee, um minúsculo robô em formato de abelha que pode ser usado para fazer pesquisas, observação da natureza e estudos biológicos e é capaz de voar, mergulhar na água e nadar. Além disso, em entrevista ao site The Ringer, o pesquisador David Wright afirma que os governos americano e britânico estão trabalhando na criação de “libélulas-drones” há anos. O pesquisador ainda afirma que seria possível hackear os aparelhos. “Penso que seria possível hackear uma libélula-drone e convertê-la em um objeto de vigilância ou arma”, disse.

 

Vigiando as crianças

Arkangel — 4ª Temporada, Episódio 1 (Christos Kalohoridis/Netflix/Netflix)

O episódio Arkangel, da quarta temporada, mostra como uma garotinha tem um microchip implantado em seu cérebro, permitindo que sua mãe a localize, veja o que ela vê e até bloqueie imagens consideradas perturbadoras demais para uma criança. Por enquanto, fazer isso tudo a partir da instalação de um pequeno chip é remota, mas já há tecnologias parecidas disponíveis. Em 2017, uma empresa americana ofereceu implantar microchips em seus funcionários – o aparato, porém, funcionaria apenas a uma pequena distância e serviria para atividades simples como abrir portas eletrônicas, usar a impressora ou comprar comida na lanchonete da companhia. Quanto ao rastreamento, é possível instalar aplicativos nos smartphones das crianças que informam sua localização e permitem aos pais ver as mensagens que elas mandam, ligações que fazem e o que veem na tela do celular.

 

Leitura de memórias

(Arnaldur Halidorsson/Netflix)

Crocodilo, da quarta temporada, apresenta um aparelho que é capaz de reproduzir, em uma tela, os fragmentos de memória de uma pessoa, formando uma espécie de filme baseado nas lembranças. Na vida real, pesquisadores da Universidade de Yale já conseguiram reconstruir rostos a partir da atividade cerebral de pessoas – um dos autores do estudo até chamou a pesquisa de uma “forma de ler mentes”. Em outro experimento, desta vez na Universidade da Califórnia, foi possível reconstruir um vídeo a partir dos sinais emitidos pelos cérebros de pessoas que tinham visto o clipe. Nenhuma dessas pesquisas obteve resultado comparável àquele obtido pelo aparelho mostrado em Black Mirror, mas elas definitivamente indicam um avanço nessa direção.

 

Entrega de pizza

Cena de 'Crocodilo', terceiro episódio da quarta temporada de 'Black Mirror'
Cena de ‘Crocodilo’, terceiro episódio da quarta temporada de ‘Black Mirror’ (Reprodução/Netflix)

Também em Crocodilo, um carrinho de entrega de pizza acaba atropelando um pedestre. O carro não era tripulado e nem controlado por nenhum ser humano – era completamente independente, automático. Na vida real, já há algo bastante parecido sendo testado: a rede Domino’s fez experimentos na Austrália e na Europa com um pequeno robô que consegue se deslocar sozinho a quase 20 quilômetros por hora e entrega pizzas e bebidas. Só resta esperar que a realidade seja diferente da ficção e o robô não saia atropelando pedestres por aí.

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