“Por que você deve estar na final do BBB18? Três, dois, um é seu”, diz Tiago Leifert, dando a deixa para que a ex-jogadora de vôlei Paula faça a sua defesa, depois de ser indicada por Kaysar, o último líder desta edição do Big Brother Brasil, para o derradeiro paredão do reality show da Globo neste ano, na noite desta segunda-feira. As primeiras palavras da paulista são: “Bom, Tiago, eu sou brasileira raiz”.
A mensagem é clara: quero o prêmio e, assim, desbancar Kaysar, um refugiado sírio que sequer deveria estar neste programa de nome “Brasil”, como a própria Paula e o já eliminado Wagner chegaram a sugerir durante esta edição do BBB. Kaysar deveria participar do Big Brother Síria, chegaram a dizer, em uma estratégia de jogo que resvala na xenofobia, a aversão ao estrangeiro, em um país que tem a mítica imagem de acolhedor.
É um jogo duro e parece motivado pela força de Kaysar: ele quer trazer os pais da Síria, país que está em guerra há anos e acaba de ser bombardeado pelos Estados Unidos de Donald Trump, e instalá-los no Brasil.
Para fazer frente ao apelo do sírio e provar que é uma brasileira “raiz”, Paula fala justamente em guerra em sua defesa. “Sou neta de um ex-combatente da Segunda Guerra”, continua, para em seguida afirmar que seus pais são “trabalhadores”.
O Big Brother Brasil é um jogo, é fato. As pessoas fazem acordos, dissimulam, omitem táticas em busca do prêmio de 1,5 milhão de reais, isso já é mais ou menos aceito pelo espectador. Basta lembrar que o programa vai para o seu 19º ano. Mas caminhar pelo terreno da xenofobia, talvez na tentativa de atingir uma parcela do público inclinado à discriminação, parece um passo arriscado. Enquetes na internet, aliás, sugerem que Paula sai hoje. E está fora da final.