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‘Ave, César!’ ironiza os bastidores de Hollywood nos anos 1950

Irmãos Ethan e Joel Coen retornam à comédia com elenco estrelado por nomes como George Clooney, Ralph Fiennes, Scarlett Johansson e Channing Tatum

Por Raquel Carneiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 27 out 2017, 17h46 - Publicado em 14 abr 2016, 09h05
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  • Após duas décadas de ouro, Hollywood dos anos 1950 sente os calafrios da chegada da televisão aos lares americanos. Será que as pessoas sairão do conforto de suas casas e pagarão para ver um filme? Em resposta, os estúdios apostam no superlativo. Romances exagerados, musicais impressionantes e tramas bíblicas épicas entram no cardápio de produções, em ritmo industrial, como atrativos de bilheteria. A boa imagem pública das estrelas hollywoodianas também pesava para encantar o espectador, que na época não possuía grandes meios, como redes sociais, para desvendar a vida pessoal das estrelas fora do set de filmagem.

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    É nesse momento, entre o caos e a glória, que entram os irmãos Ethan e Joel Coen no filme Ave, César!, que chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira. Após um período dedicado ao drama, com o melancólico Inside Llewyn Davis (2013) e os roteiros de Invencível (2014) e Ponte dos Espiões (2015), os badalados cineastas retornam à comédia com um tom de ironia e sarcasmo próximo do impagável Queime Depois de Ler (2008).

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    George Clooney dirigirá filme com roteiro dos irmãos Coen

    O ano é 1951 e o personagem principal é o único que também existiu na vida real, Eddie Mannix (Josh Brolin), executivo do estúdio Capitol Pictures e responsável por abafar casos e escândalos que podem afetar a imagem de suas estrelas. O ritmo de trabalho é insano, as compensações, pífias. Mannix pensa em trocar de emprego enquanto lida com uma sequência de problemas no estúdio. O principal é a filmagem de Ave, César!, uma trama bíblica de grande orçamento estrelada por Baird Whitlock (George Clooney).

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    Tudo corre relativamente bem até que Whitlock é sequestrado por dois figurantes e Mannix recebe um pedido de resgate, no valor de 100.000 dólares. O sequestro é parte de um plano de roteiristas e intelectuais adeptos do comunismo – que pelas mãos dos irmãos Coen se tornam figuras caricatas e risíveis, que pouco parecem entender da filosofia da doutrina.

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    São também fonte de piadas dois outros problemas que Mannix tem que lidar. De um lado, o cineasta estrela Laurence Laurentz (Ralph Fiennes) se exalta quando é obrigado a encaixar em seu próximo drama noir o ator Hobie Doyle (Alden Ehrenreich), um astro do faroeste que mal sabe falar, mas sabe como poucos laçar um boi. Do outro, a famigerada DeeAnna Moran (Scarlett Johansson) precisa com urgência de um novo marido para justificar a gravidez que começa a dar os primeiros sinais. O único que parece (só parece) estar longe de problemas é Burt Gurney (Channing Tatum), um ator e cantor vaidoso, astro de filmes musicais com pinta de Gene Kelly.

    O cenário caótico e absurdo é equilibrado pelo executivo, que faz o que pode para manter as fofocas dos bastidores longe das colunistas gêmeas Thora e Thessaly (ambas vividas por Tilda Swinton).

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    As tramas se conectam com sutilezas, mas os cortes entre elas são brutos. Os olhos demoram a se acostumar quando o cenário da Roma antiga sai para dar lugar a uma piscina onde Scarlett dança vestida de sereia. Pouco depois, Tatum sapateia vestido de marinheiro em um bar. O elo fica nas mãos do personagem de Josh Brolin, que encarna todo o encantamento que a indústria provoca, ao mesmo tempo em que traduz a desilusão com a dureza dos bastidores. Nem tudo que reluz é ouro. E os irmão Coen são mestres em levantar o tapete e revelar, com humor, a sujeira escondida.

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