Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

App que monitora Covid-19 ameaça volta dos festivais no Reino Unido

Sistema de rastreamento de contatos tem determinado isolamento de trabalhadores da produção de megashows, e eventos correm risco de cancelamento

Por Amanda Capuano Atualizado em 26 jul 2021, 13h34 - Publicado em 26 jul 2021, 12h11

Com o arrefecimento das medidas de distanciamento social na Europa, o Reino Unido se prepara para retomar a vida cultural com uma anunciada temporada de festivais no segundo semestre do ano. Só que um aplicativo do sistema nacional de saúde britânico, o NHS, pode atrapalhar os planos. Em reportagem publicado pelo jornal The Guardian no domingo, 25, organizadores alertaram que os festivais correm risco de serem cancelados de última hora por falta de equipe, já que muitos trabalhadores tiveram que se isolar compulsoriamente, depois de receberem notificações do aplicativo do NHS.

“Já ouvimos relatos de grandes empresas que se viram com seus times isolados em casa, porque toda a equipe está sendo notificada, e então não podem se dirigir aos locais de produção”, relatou Paul Reed, presidente-executivo da Associação de Festivais Independentes. Segundo ele, alguns eventos estão sofrendo para seguir adiante por falta de pessoal, incluindo funcionários de bares, segurança e logística. “Já ouvi até mesmo de supervisores que foram notificados, e isso não é um trabalho que você pode fazer remotamente.”

O aplicativo em questão funciona com um sistema de rastreamento de contatos que envia uma notificação ao usuário se ele estiver a 2 metros de uma pessoa que declarou um teste positivo para Covid-19 recente. A pessoa que receber a notificação precisa se isolar por 10 dias, mas o aplicativo funciona via bluetooth, e não considera, por exemplo, a presença de paredes entre os usuários.

De acordo com o Financial Times, só na semana de 7 a 15 de julho, 600 000 pessoas foram colocadas sob quarentena pelas recomendações do aplicativo, fenômeno que vem sendo chamado de “pingdemia” na imprensa local – algo como uma “epidemia de notificações.” O aumento não foi creditado a um aumento de número de casos, mas ao fato de que a flexibilização das regras de distanciamento faz com que mais pessoas interajam entre si.

Continua após a publicidade

“A contagem de novos casos confirmados está no mesmo nível de dezembro de 2020 e janeiro deste ano. Mas, naquela época, as pessoas não se misturavam tanto – havia muitas restrições, então as pessoas não estavam entrando em contato com os outros tanto quanto estão agora ”, explicou o estatístico Kevin McConway em entrevista ao site Science Media Center.

A partir do dia 16 de agosto, aqueles que estiverem completamente vacinados serão liberados da quarentena apontada pelo aplicativo, mas Reed diz que a data é tarde demais para os festivais da temporada. “Isso será tarde demais para alguns membros, mas de toda forma, as equipes dos festivais são em grande parte compostas por trabalhadores mais jovens que não estarão totalmente vacinados até 16 de agosto”, acrescentou.

Diante da ameaça, os organizadores pedem para que o governo ofereça algum tipo de seguro aos festivais, que estão cada vez mais exposto a riscos de prejuízo. O secretário de cultura, Oliver Dowden , disse que o governo só analisaria um esquema de seguro quando fosse “possível que os eventos acontecessem”, e as restrições estivessem todas suspensas.

Neste fim de semana, festivais de teste ocorreram em todo o país sem a necessidade de distanciamento social ou uso de máscara, incluindo o festival Tramlines, com capacidade para 40.000, em Sheffield. Reed disse que o verdadeiro impacto de uma equipe ser solicitada a se isolar será visto nas próximas semanas, quando outros eventos importantes começarem.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.